O que têm em comum um simples Engenheiro Informático divorciado, um mundo mágico desconhecido, deuses vingativos e um possível apocalipse? Aparentemente nada, mas como devem saber, as aparências tendem a iludir.
Quando quatro Deuses decidem colocar...
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Já não estava a achar piada nenhuma à brincadeira. Quer dizer, tive a gentileza de me deslocar do Porto até aqui, em pleno dia de trabalho, sem cobrar qualquer favor, só para entregar um pedaço de papel, que por mais amaldiçoado que esteja, não deixa de ser um pedaço de papel. E mesmo assim, obrigam-me a estar nesta sala fria e desolada, a ouvir os delírios de uma muito atraente mulher. E para piorar tudo, estava cheio de fome. Sim, leram bem, no meio disto tudo, nem me deram o gelado! E eu paguei! Há dias que mais vale nem sair da cama, meus caros amigos.
Mas repare, minha cara Senhora, tenho mesmo que me ir embora. Voltei a pedir, desta feita com mais convicção na voz. Se puder fazer com que a porta volte a aparecer, agradecia imenso. Concluí, esperançado. Dizem que a esperança é a última a morrer, e na teoria, deve ser. Contudo, não foi o caso. A minha esperança de ir embora morreu bastante rápido. Diria até que nem chegou a nascer.
Qual foi a parte que não percebeste? Agora fazes parte disto. Disse a mulher, olhando diretamente para mim, num tom que não apreciei. A última pessoa a falar assim comigo tinha sido a minha mãe, anos antes, quando ainda era um cachopo. Tinha sido apanhado a comer chocolate antes do jantar. Sabia bem que não podia, mas deixei-me levar pela gula, e no fim, dei-me mal.
Mas eu ainda não percebi o que é isto. Nada do que me disse faz sentido. Respondi, abrindo os braços em desespero. Estava a ficar irritado, e isso podia ser notado pela minha voz.
Vou-te explicar isto, como se fosses muito burro. Está bem? Perguntou a arrogante figura, estalando os dedos com desdém. Senta-te.
Onde? Isto está vazio. Respondi, agastado com o rumo dos acontecimentos. Revirando os olhos, a mulher apontou para trás de mim. Olhei, e para minha surpresa, pude ver uma cadeira de plástico verde, com publicidade da Super Bock. Quando colocou a cadeira aqui? Perguntei, olhando para todos os lados do vazio local, cada vez mais preocupado.
Senta-te. Repetiu, rispidamente.
Sentei-me, não por medo daquela estranha sociopata, mas sim porque estava já com as pernas um pouco cansadas. Afinal, vim a pé durante dois quilómetros. Já tinha batido a meta da minha "app" de passos para esse dia. Nem tudo era mau.
Tens que perceber uma coisa. Começou a mulher. A tua vida, como conhecias até hoje, acabou. Agora fazes parte de algo muito maior.
Não me diga que isto é uma entrevista para os Illuminati. Atirei, cético. É que não sou grande fã de sociedades secretas. Concluí, acenando a mão negativamente.
Como já disse, existem doze Deuses da Virtude. Continuou, ignorando por completo o meu comentário. No entanto, nem sempre foram doze. No início, a força vital dos doze, estava contida em apenas uma parte. Era uma verdadeira imensidão de poder e magnificência. Esse poder divino era capaz de congelar os infernos e arder os mares. Havia poucos limites para o que conseguia fazer.