Ao sair da sala de André eu tentei me recompor internamente. Naquele momento eu nem sabia definir o que eu estava sentido, era um misto de raiva e desejo. Quem aquele idiota pensa que é? _Um idiota gostoso, bem gostoso. Mas isso não interessa.
Mas quem eu queria enganar? Talvez a mim mesma.
Andre era o cara ideal, um cara desapegado ,cheiroso, que despertava todos meus sentidos. Com ele eu podia apenas matar meus desejos carnais e talvez alguma carência, e não precisava me preocupar se ele esperava algo a mais. Nossa química era surpreendentemente boa, e por ele ser do jeito que é, eu nunca me apegaria a ele. Por que ele também jamais permitiria.
*****O restante da semana foi ótimo, diferente das últimas vezes , André não correu de mim, e sempre soltava alguma piadinha que eu acabava rindo.
Era sábado e eu estava uma resenha na chácara de Antônio. Estava todo galera do escritório ,era por volta de umas sete e meia da noite e os homens fizeram uma fogueira e colocaram algumas toras de madeira para se sentar. Eu estava sentada ao lado de Salina e ao lado da esposa de Antônio, a minha frente estava estava André e Andréia. A noite estava muito agradável, cada um contava um história engraçada que aconteceu consigo, Mateus jogava alguma piadas e eu sabia que ele se referia a mim e a Max. Antônio buscou um violão, e se formou uma roda de viola, ah Deus que momento agradável, todo mundo sorrindo e cantando, aquele momento simples era o melhor que eu já tivera em muitos anos. Minha amiga soltou a voz e logo que ela terminou nós todos a aplaudindo.
_ Essa minha amiga canta demais heim. Disse gargalhando, e salina me abraçou retribuindo o carinho.
Salina estava iluminada, assim que chegaram na chácara ela e Mateus assumiram o namoro, então ela estava nas nuvens._ Temos dois cantores aqui Julinha. Solta a voz aí parceiro.
Andre sorriu e alcançou o violão de Antônio.
_ Qual vocês querem?
_ Você sabe Calma de Jorge e Mateus? Eu amo aquela música. Disse Andreia empolgada._ Acho que sim, acompanha aí pra eu não errar.
Max começou os acordes, e tocava com leveza, concerteza ele tocava a muitos anos, porque ele mal olhava para o violão e tocava com aptidão, e assim que ele começou a cantar, meu pelos de eriçaram, meu senhor, o cara era lindo cheiroso e ainda cantava, uma voz suave e rouca que despertou um milhão de borboletas no meu estômago.
Eu estava me sentindo uma idiota, eu estava hipnotizada ouvindo Max cantar, e não conseguia desviar o olhar, e a criatura do mal, não desviava o olhar de mim também.
Todos estávamos cantando juntos, mas eu só conseguia ouvir a voz daquele miserável.Calma...
A sua insegurança não te leva a nada
Eu quero ser seu homem e te fazer amada
Amar, amar você até você se amar
E me amar
Calma
A sua insegurança não te leva a nada
Eu quero ser seu homem e te fazer amada
Amar, amar você até você se amar
E me amarAssim que acabou todos nós batemos palmas, mas aí foi a vez se Suzane a mulher de Antônio me deixar morta de vergonha.
_ Eu senti uma química entre vocês dois, acho que temos mais um casal nessa roda.
_ Tem como não. Essa mulher é braba demais, é capaz de ela me bater.
Max a responde olhando pra mim, me dando uma picadela.
Eu mato esse desgraçado._ Ah André , quem não gosta de um desafio não é mesmo?
_ Você nem parece ser braba desse jeito Júlia. Você tem uma carinha de anjo.
_ obrigada. Respondi e geral caiu na gargalhada.
De repente eu me senti mal, me deu uma vontade tremenda de chorar, minha boca ficou com um gosto ruim eu fiquei totalmente estranha, pedi licença da roda e disse que iria ao banheiro.
Fiquei alguns minutos sentada na tampa do vaso sanitário, mas eu estava com um sentimento muito ruim.
Mandei algumas mensagens para minha mãe perguntando se estava tudo bem com ela, e logo ela me respondeu que sim. Agradeci por estar tudo bem com ela, mas aquele aperto no peito não passava. Fui para a cozinha e peguei um copo d'água, de lá dava pra escutar o pessoal cantando e se divertindo no quintal, e eu alí, me sentido péssima sem saber o porquê._ Está tudo bem Ana Júlia?
_ Esta sim.
_ tem certeza?
Max se aproximou de mim, e ergueu meu queixo com seus dedos.
Me observou por alguns segundos e pegou uma de minhas mãos._ Você está gelada, seus lábios estão pálidos.
_ Eu estou bem ,não é nada.
_ Eu te conheço o suficiente para saber que não está.
_ Vem , eu te levo pra casa. Pelo jeito sua amiga e Mateus vai virar a noite aqui._ Preocupado comigo chefinho? Tentei fazer uma piada, mas me deu uma tontura e tive que sentar.
_ você não está nada bem. Querendo ou não vou te levar embora. Estamos no meio do mato, se precisar de um médico, tem ué estar mais perto do hospital.
Concordei com Max, e esperei alguns minutos pra me recompor e despedir da galera. Salina se dispôs a ir comigo, mas eu não queria estragar a noite de ninguém._ O que você está sentindo?
_ um aperto no peito, como se algo muito ruim tivesse acontecendo.
_ Já sentiu isso alguma vez?.
_ Já. No pior dia da minha vida.
_ E o que foi que aconteceu?
_ Morreram duas pessoas que eram tudo pra mim.
_ Foi acidente?
_ Não! Eu quem matei elas.
_ Que? Como assim?
Max me olhou como se eu tivesse com duas cabeças, foi então que percebi que ele entendeu que eu realmente matei alguém. E comecei a gargalhar_ Eu não matei elas de verdade , calma. Elas morreram pra mim,pra minha vida, eu enterrei eles de tudo que possa estar próximo de mim. Eu não seria capaz de matar uma pessoa de verdade.
_ Fico muito aliviado em saber disso.
_ o que elas fizeram pra você?.
_ Algo que não vale a pena ser lembrado. Prefiro não dizer.
_ tudo bem. Porque você não inclina um pouco o banco e tenta dormir?
Olhei pra Max, e me surpreendi com sua gentileza, ele parecia realmente preocupado comigo, e mesmo curioso ele não me pressionou para o que eu contasse o acontecido do passado.
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Só Segure A Minha Mão
RomantizmJulia uma mulher linda e encantadora, que se fechou para o amor apos uma traição, uma profissional dedicada, cheia de vida. e André Maximiliano um empresario bem sucedido, um homem cheio de demônios do passado, mulherengo, rancoroso, muitas vezes...