Narciso

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Magia, era simplismente como magia, como poderia, um simples olhar, um simples roçar de mãos, era uma explosão, não havia maneira de não ser, todo e completamente enfeitiçado, seu cheiro, seu corpo, sua alma, sabia que não poderia ser normal, nunca estivera daquela forma, a figura mais bela que ja vira refletida pelos raios solares quase tão sublimes quanto a imagem, no lago mais límpido e cristalino que ja vira, ele não sabia é claro, que aquele ser, o mais belo, o mais divino, o mais esplêndido, era ele próprio, jogou-se então para os braços da figura, mergulhou o mais fundo que pôde, e agora sem mais exergar tal ser, sentiu-se revolto, fora traído, ludibriado, como pôde? Como pôde um ser tão perfeito atraí-lo pro abismo? Culpava a tudo e a todos, maldito fosse o ser, maldito fosse o ar que não mais lhe restava, maldito fosse o lago que agora lhe sufocava, malditas fossem aquelas terras que por diversas vezes o abrigaram, mas que agora o levaram para o caminho de sua perdição, maldito fosse o criador por ter feito a criatura e colocado-a em seu caminho, fazendo-o render-se, para agora morrer, não era justo, não era, os olhos fechados, os pulmões queimando, sua garganta soltou um último grito que fora abafado pela água, morreu odiando, culpando, se sentindo traído, sem nunca perceber que, o erro fora dele, e apenas dele.

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