A dama das chamas

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Ardor, ardia, arder, era o que sabia, arder de dor, de tristeza, de raiva, os cabelos ruivos, diziam os criados, foram dados a ela não por coincidência, a dama das chamas, sempre fora afim do fogo, sentia que sua alma era familiar àquele que lhe era o mais especial dos 5 elementos, sabia que deveria equilibrar-se, mas como poderia se tudo o que sabia era arder?

Naquele instante ela lembrava-se, lembrava-se de cada momento que já tivera ardido em sua vida, da primeira vez que ardeu, assim que nasceu sob a luz avermelhada da brasa da fogueira feita para aquecer sua mãe, sob àquela luz ela ardeu em felicidade por estar viva, quando sob novamente a luz das chamas de seu próprio ser ela ardeu em tristeza ao ver seu animal amado partir, quando sentiu-se arder em pura fúria quando seu pai à feriu, quando fez outro ser arder, nu, sob ela, ardeu no esplendor da paixão, e quando aqui, ardeu pela última vez, sendo consumida pelo fogo, chamada de bruxa, e finalmente sentiu-se completa

Nunca havia sentido-se tão acolhida quanto quando fora consumida pelas chamas que faiscavam embaixo de seus pés, e até hoje há a lenda de que ascendeu-se um fogaréu tão magnífico que pôde-se ver a alma da dama dançando junto ao fogo, envolvida em seu próprio ser, pela última vez.

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