Flutuante, sentia-se leve, quase não podia sentir o chão sob seus pés, suas vestes delicadas remexiam-se com graça, ao seu redor, um vestido branco, de tecido quase tão leve quanto a própria se sentia, o lustre acima de sua cabeça, as fracas chamas das velas tremulavam, dançavam como o casal no meio do grande salão, o piso de mármore, a suave brisa de verão, o leve peso da tiara brilhante em sua cabeça, o cheiro inebriante de seu amado, o toque de suas mãos, sem luvas, o que diria sua mãe se pudesse a ver agora, a capa de seu príncipe esvoaçava-se, assim como seu vestido, mas as vestes do príncipe eram negras como a noite, com detalhes dourados bordados, "estrelas brilhando em uma noite sem lua", costumava dizer, sentia-se tão radiante quanto aquelas estrelas.
A quantidade de diferentes sensações a inebriava, estava até mesmo confusa, sentia-se plena apesar de tudo, plenamente feliz, finalmente juntou-se ao seu amado, finalmente poderia desfrutar de tudo o que amor lhe prometera nos romances que lia, quando ainda presa em sua casa, ela era plebéia.
-"Nunca se casará com ele".
-"Deus não os perdoará".
-"NÃO ÉS SUFICIENTE GAROTA IMUNDA".
Nada disso importava mais, finalmente poderia toca-lo, senti-lo, sentir-se amada, era tudo o que sempre quis.
- Queria que não estivesse morta- Disse seu príncipe, ela sorriu-lhe, um sorriso ladino e estonteante.
- Não havia lhe dito lhe seguiria onde fosse? - Disse, se aconchegando no peito de seu príncipe.
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Ammortential
Misterio / SuspensoO teu amor foi assim, ardido, vasto, tão imenso quanto o oceano, tão leve quanto as pétalas das flores que me trazia no alvorecer da primavera, tão bonito quanto os contos de fadas que minha querida mãe contava-me ao pé da cama no cair da noite, mas...