Enfermidade

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Tosse, febre, espasmos, concussoes, delírios, ele estava doente, toda e completamente doente, aquela praga havia se instalado tão fortemente quanto podia, revirava-se em sua cama, debatendo-se, suando frio, falando coisas desconexas, aquilo não fazia sentido, como poderia ter pego? Como poderia? Seus pais revezavam os cuidados, toda a família estava indignada, onde um jovem tão saudável, tão responsável poderia ter chegado ao ponto de cair em tamanha desgraça, sem graça, só poderia ser piada, uma brincadeira de mal gosto, algo tão nojento se instalando assim de repente, a doença não tem cura e todos sabem disso, mas onde? Como? Quando? Procuravam respostas, a busca por outros infermos era incessante, a doença não atingia uma só pessoa, desesperados, sem esperança e já exaustos, a família do jovem o via piorar a cada dia, quando estavam para desistir e aceitar que não haveriam respostas, ouviram o jovem chamar, o nome daquele ser desprezível, daquele do qual havia partilhado algo que o fizera esmorecer em sua cama, enfermo, quase morto, quando abrirá os olhos, suas íris escuras, sua pele suada e extremamente pálida, seus labios roxos e sua voz rouca, "Jonathan", seus olhos se fecharam, sua respiração, que ja era leve, deixou de existir e seu corpo parou de tremer, a doença do amor é a pior que existe, não há menção de um único ser que ja tenha resistido, "uma pena" a família dissera, não havia o que se fazer, quando se pega, não há mais esperança.

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