Capítulo XVIII: A Latrina dos Deuses.

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ENVYX

Os rastros do grupo indicaram que todos avançaram para depois de uma colina íngreme que desnivelava a floresta, estabelecendo um morro de raízes entrelaçadas e serpentinas, dificultando a subida, já pesarosa. A vegetação se convertia cada vez mais fechada e escura, enquanto, a entrada da floresta era demarcada por uma união harmoniosa de árvores medianas com troncos largos, rugosas e escamosos, copas curtas e emaranhadas, mas aqui, as árvores eram esguias com troncos lisos, semelhante ao mármore, com ramos frágeis e altos que passavam dos trinta metros, suas folhas possuiam pontas triplas. Em cada lado das folhas havia uma cor, negro e vermelho. Arbustos largos e secos tomavam conta do solo, o cheiro era suave, mas constante que logo se tornava enjoativo.

" Não conheço essas árvores." Disse alisando a fina casca da árvore.

" Eles foram para ali" O cheiro de sangue e suor gritavam no olfato de Glex. Mais a frente, brotava timidamente uma nascente nas raízes de uma árvore semelhante a um salgueiro, mas com galhos azulados, salpicados por flores laranjas em forma de jarro. A água descia o morro por uma trilha cristalina até se aprofundar em uma mata densa e arisca.

Escutaram vozes através de uma cortina de ramos caídos. Ao se aproximarem as vozes se intensificaram e a violência nas palavras exclamadas eram mais identificáveis.

Ayven se sentava em um toco, abraçando sua mão em ataduras limpas. O arqueiro estranhou o sumiço das centenas de cortes na pele da garota, sua aparência, quase cadavérica, se tornou mais viva e sadia. Seus cabelos estavam tomando uma cor negra, diferente do castanho avermelhado que apresentava um dia antes. A garota estava isenta e alheia da discussão ruidosa que Peity, Thaydus e Drulyn batalhavam. Kalipta repousava ao lado de uma tocha que para aqueles que eram afetados pela luz solitária no céu não passava de uma fagulha indiferente.

Envyx, sabia que isso aconteceria no primeiro momento que poderiam se tranquilizar. Thaydus bufava e estava prestes a atacar um deles, sua fúria rodeava Peity, mas Peity gritava com Drulyn com as mãos segurando seu colarinho.

" Por que ?!" Peity rangia os dentes em ira. " Você cuspiu sua vida no rosto dos Ekilins. Matou centenas de inocentes...E nos matou. Estamos mortos... Por que fez aquilo?" Sua voz suavizou enquanto refletia.

" Eu não voltarei para o Domo." Havia mais certeza naquela afirmação que Envyx achou que poderia ter. "Me desculpem... Eu exagerei, fiquei com medo." Drulyn afirmou entristecido, suas feições foram se esvaindo para uma melancolia e culpa tão pesada quanto a queda de um meteoro.

" Que se foda a sua loucura e seu medo, mago doente." Rugiu Thaydus. " Olysyn é a capital de alimentos a todos os reinos em um raio de quatro mil quilômetros. Se eles pedirem estaremos mortos se pisarmos em qualquer estrada ou campina habitada. E os Imbecis" Lançou seu olhar para Peity. " Nos colocou na mesma cova."

" Eu fui o responsável. Assim que sairmos daqui..."

" Se sairmos." Interromepeu Peity.

" Se sairmos..." Continuou Drulyn. "Me abandonem e informem quem foi o mago que devastou Olysyn."

Thaydus sacou a espada da bainha.

" Talvez se entregarmos sua cabeça eles nos perdoará." Ameaçou, soando como lâmina raspando em pedra. Uma flecha se fincou entre os pés de Drulyn que já recuava suas mãos para dentro das mangas e Thaydus.

" De nada vai adiantar." Falou Envyx." A Seita da Falácia está atrás de todos vocês, agora que me ajudaram." Pareceu um lamento.

" A CEPD moverá uma legião contra Drulyn, assim como todo senhorio de terra e organizações de recompensas. Há a possibilidade do Okssozodo e a Seita da Falácia possuir todas elas, e o Envyx é o alvo e nós o ajudamos." Disse Peity, temoroso.

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⏰ Última atualização: Mar 07, 2021 ⏰

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