Prelúdio

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       — Abram alas para sua majestade: o rei Kim Haesoo, o primogênito do rei Gyo; o alfa do clã Heiwa e o regente das terras do sul, e seu filho único, Kim Taehyung, o príncipe do sul

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       — Abram alas para sua majestade: o rei Kim Haesoo, o primogênito do rei Gyo; o alfa do clã Heiwa e o regente das terras do sul, e seu filho único, Kim Taehyung, o príncipe do sul. — A voz de um lacaio soou pelo extenso salão bem iluminado e, embora parecesse centrado, por alguns segundos, Taehyung o observou.

Era atento aos detalhes do mundo, uma vez que lhe fora privado experiencia-lo por completo. Apreciava-lhe ver novas faces, novas vestes e então, novos prazeres.

Seu pai fora o primogênito, e o único alfa em uma extensa matilha de seis. Sua mãe, a falecida rainha — que Deus a tenha — pariu filhotes até que não pudesse mais e morrera dando a luz ao último deles, ao qual herdou o fardo da morte.

O rei Gyo, antes de sua morte, o enviara para longe, praguejando em sua amência que o filho mais jovem carregava a morte consigo.

Taehyung nunca conhecera o tio, ao qual referiam-se apenas como o duque de Yami, as terras ocultas além bosque. Onde o sol não tocava e o inverno era mais rigoroso.

Diferente do pai, Taehyung fora filho único. Os doutores disseram ao rei que sua esposa era seca; até mesmo parir um alfa forte e saudável como o Kim havia sido uma surpresa, uma dádiva concedida pelos deuses ao clã de Heiwa, para que houvesse um príncipe herdeiro.

O rei continuava, incessantemente, insistindo no entanto; embora dissessem-lhe constantemente que os deuses não cuspiam duas vezes em uma mesma cabeça. Quiçá num ventre.

Para garantir que governaria, que se manteria seguro, o príncipe herdeiro fora poupado de muito. Diferente das demais crianças, nunca mergulhara os pés na lama ou correra por aí. Ocupara-se de ser letrado, etiquetado é protegido dos perigos do mundo.

Um príncipe que haveria de se tornar rei, mas conhecia o mundo apenas pelas páginas dos livros.

Uma serviçal aproximou-se, esticando-se para pegar-lhe o casaco de pele que cercava os ombros. Era uma ômega como muitas outras que Taehyung vira em sua vida; trajava uma túnica fina, que mal a protegia do frio e os pés descalços. Sobre a cabeça, um lenço lhe cobria os cabelos e ela não o olhou nos olhos.

O povo amava ao rei, mas odiava o príncipe.

O rei Haesoo era ponderado e gentil, tocava seu povo nas mãos e oferecia-lhes alimento, abrigo e segurança. Protegia-os dos selvagens que vinham do norte e Taehyung almejava ser como o pai, entretanto, lhe faltava tato. Buscava alguma forma de conectar-se a eles como o pai fazia, mas era sempre em vão.

Observou os nobres abrirem-lhe um corredor, ao qual o pai seguiu e ele veio logo atrás. A cada passo assistia-os se curvar e buscou-os com o olhar, decorando as faces, bem como fizera com as histórias em seus livros.

— Meu rei — Um senhor disse e Taehyung o olhou em curiosidade, atendo-se aos orbes vermelhos. Buscou então as mãos dele, vendo as marcas nas costas.

¡abo! O príncipe da noite • taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora