IV. O lobo e o homem

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       Um rei deve ser ponderado

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       Um rei deve ser ponderado. Suas decisões devem ser assertivas e seu povo deve estar em primeiro lugar. Um rei não deve ser passional; seu coração deve estar em sua coroa e seu trono deve ser sua cama. 

Um rei não ama nada na mesma intensidade que ama seu povo. 

Kim Haesoo costumava dizer aquilo à Taehyung quando ele era uma criança; antes mesmo do primeiro cio o estava ensinando a colocar seu reinado à frente de tudo. Mas quando ele crescera, tornara-se observador. 

E descobriu que o pai mentia. 

Ele amara uma pessoa mais que ao próprio reino. Muito mais que ao próprio povo. 

Mais que a si próprio, Taehyung pensava. 

Por isso, em toda a sua vida, nunca foi capaz de esquecê-la. Seu luto nunca cessou por completo, como havia de ser. Ele nunca foi capaz de ser feliz como seria com ela. 

Pensou então que, por vezes, tudo bem ser passional. 

— Tire suas mãos sujas de mim, seu porco nojento — O alfa sibilou; sua voz era firme e o rosto estava convertido numa careta desagradada enquanto se debatia. Soohyun era um homem mais forte que parecia; debatia-se com força e lesara alguns dos guardas. Não que não fossem treinados com qualidade, mas havia algo no filho mais jovem de Watanabe que não podia ser contido. Como uma fera. Dois guardas o cercaram, segurando-o pelos braços firmes, puxando-os para trás e um terceiro pressionou-o contra a mesa. 

Enquanto praguejava, Taehyung perguntou-se se em tempos de paz, as reuniões do conselho haveriam de ser mais calmas. Se não havia guerra, sobre o que falavam? Festivais próximos, o nascimento de crianças, visitas distantes; sobre os tempos passados com saudosismo. No fim, talvez ele sequer soubesse. 

Talvez ele perdesse aquela guerra e morresse antes mesmo de completar dezoito primaveras. 

Essas coisas aconteciam nas guerras. Pessoas morriam. 

— Jeon SooHyun. Seu pai, o regente do norte, Akira Watanabe, enviou-o aqui como representante do norte — O rei iniciou e assistiu-o erguer a cabeça para encará-lo: — Mesmo diante dos crimes do norte contra as terras do sul, rompendo os tratados de paz, seu pai considerou apropriado enviá-lo como uma forma implícita de ameaça ao meu reinado recém começado. Eu sou Kim Taehyung, filho de Kim Haesoo, o rei gentil das terras do sul. Os clãs declararam-nos o clã regente por nossa bondade e ponderação — Continuou, olhando-o nos olhos e uniu as sobrancelhas: — Entretanto, eu não posso perdoar o atentado do norte que ceifou a vida de meu pai e não posso tornar-me conveniente com as crenças do norte de imunidade e superioridade. Não clamo por vingança. Eu faço justiça — E então, respirou fundo: — Se representas o norte nestas terras, deve responder pelos crimes de seu povo — declarou, por fim. Agora, posicionava-se do outro lado da extensa mesa, de pé atrás de Jeon Jungkook. Suas mãos tocavam os ombros com firmeza a medida que os olhos escuros fixavam-se no mais novo prisioneiro de Heiwa — O Clã Shi atentou contra a vida do Rei Haesoo, que os deuses guardem seu espírito.

¡abo! O príncipe da noite • taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora