III. A flor do norte

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       Apertando o cabo da espada, as sobrancelhas se uniram a medida que os olhos se comprimiram para que pudesse olhar melhor seu oponente

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       Apertando o cabo da espada, as sobrancelhas se uniram a medida que os olhos se comprimiram para que pudesse olhar melhor seu oponente. O príncipe, decerto, nunca fora o maior lutador do palácio, mas fora treinado para ser resistente ao extremo. 

Não cansava-se com facilidade, tampouco sucumbia aos inimigos mais fortes, ou mais hábeis. Tinha em si uma braveza indomada que crescia à medida que era desafiado. 

Girou o corpo, desviando de um golpe violento lançado contra seu ombro direito e então, sua espada cortou o ar, formando um arco até o outro soldado, um oponente do sul, que imediatamente desviou, o corpo ruindo ao chão enquanto rolava na terra. 

A espada do rei assemelhava-se muito à sua adaga roubada; sua lâmina curva brilhava em prata e ouro, e no pomo uma pedra de rubi brilhava com o brasão real marcado. Taehyung ofegou, ouvindo um risinho feminino insistente. Erguendo o rosto, capturou, apoiadas nas cercas de pedras, um grupo de meninas; deviam ter por volta dos quatorze anos e mantinham os rostos cobertos pelas mãos enquanto galhofavam completamente fixadas nele. 

Unindo as sobrancelhas, ergueu a mão por um segundo, indicando uma pausa e um criado aproximou-se rapidamente, trazendo um copo de barro com água enquanto, com a outra mão, esfregava um tecido cuidadosamente pelo rosto e torso suados do recém coroado rei de Heiwa. 

— Deseja finalizar o treinamento, majestade? Posso preparar-lhe um banho — O criado perguntou, embora não o olhasse nos olhos. 

Quando era apenas um príncipe, Taehyung sentia que os criados eram distantes, mas ainda o enxergavam como um ser humano; lhe olhavam nos olhos e tocavam-lhe como alguém real. Mas enquanto rei, sua pele era como porcelana e seus olhos tais quais os da Medusa, poderiam petrificar qualquer reles plebeu que se atrevesse à olhá-los. 

— Ainda não — Disse simplesmente, novamente, erguendo os olhos às meninas. Vinham de Daegu, a cidade livre que cercava o palácio e provavelmente, sequer sabiam que o rei estaria ali. Deviam apenas ter ouvido falar que haveria treinamento e estavam ali para observar aos soldados. Mas ali estavam, completamente admiradas pela imagem de Kim Taehyung, o rei do sul, trajando nada mais que uma calça de pashimina himalia¹ e com os músculos tensionados pelo treino. 

Era um homem inegavelmente bonito. Qualquer um com sanidade afirmaria que o rei era o alfa mais bonito que já pisara na terra; sua beleza não haveria como se equiparar a de qualquer outro e os bons modos, bem como a criação nobre o tornavam o sonho de casamento de qualquer um. 

Por isso, as adolescentes não apenas admiravam, como também sonhavam acordadas e, de certo modo, invejavam os ômegas dispostos no lado de dentro da cerca. 

Uma plataforma de madeira havia sido disposta e as cadeiras bem organizadas para que pudessem se sentar. No centro, estava Jimin, como sempre, envolto em cetim e seda, mergulhado em ouro e prata, o rosto coberto, porque ainda não havia se casado com o rei. À sua direita, Jennie Kim, a ômega do clã Aibo; trajada com o habitual vestido de tafetá bordado com os símbolos de Aibo e os fios escuros bem penteados. Ainda não havia se casado, mas tampouco seus olhos caíam em quaisquer alfas que vira; parecia uma mulher centrada e sem interesse algum em casamento. À esquerda, estava Jeon Jungkook. De todos os ômegas, era o que parecia menos elegante. Os fios escuros desgrenhados e ressecados caíam na frente da testa e sob os olhos, haviam as pinturas do clã Shi; vestia algodão em azul escuro, sem nenhum bordado ou joia o adornando. Nada além do tecido cru que lhe cobria do pescoço aos calcanhares.  

¡abo! O príncipe da noite • taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora