IX. Fogo e Sangue

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       — Ao norte há muito contam uma lenda

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       — Ao norte há muito contam uma lenda... — A voz de Jungkook soou macia enquanto suas mãos acariciavam com cuidado os fios macios dos cabelos do rei; estavam dispostos nos aposentos reais sobre um tapete de pelo de urso defronte uma lareira, o ômega sentado e o rei deitado com a cabeça disposta carinhosamente sobre as coxas macias. Havia algo íntimo naquela posição; algo que instigava um toque não libidinoso. Apenas carinho.

O sul eram terras quentes, mas naquela noite, com a chegada de Jung Hoseok, uma frente fria cobriu toda Heiwa e chovera como nunca antes.

— Minha mãe costumava me contar esta história quando eu era uma criança — Jungkook continuou e sorriu, fechando os olhos quando sentiu o rei pegar sua mão, guiando-a de seus cabelos até seus lábios e então, ele beijou-a com cuidado. Sentiu a textura macia dos lábios sobre sua pele e suspirou, derretido antes de prosseguir: — Ela dizia que antes dos cinco clãs existirem, antes de qualquer guerra e quando o sol brilhava até mesmo no norte, existiu uma ômega. A mulher mais bonita que existiu em todo mundo. Diziam que ela era corpulenta, que seus olhos eram dourados como ouro líquido e seus cabelos tinham sido beijados pelo fogo. Ela era uma curandeira que passava de campo em campo pelo mundo, colhendo ervas e curando os moribundos. Seu coração gentil conquistou muitos homens, mas mesmo depois de seu primeiro ciclo, ela escolheu não casar-se, mesmo havendo pretendentes a seguindo pelo mundo. Perdeu a idade de sua estreia para os alfas e se manteve curando aos pobres e desavisados. Muitos a buscavam; homens, mulheres, alfas e ômegas. Ela era desejada, mas além disso, era querida.

Taehyung encarou o teto, pensando sobre aquela lenda; sobre como aquelas coisas eram exageradas. Jungkook raramente lhe contava lendas ou histórias do norte, mas naquela noite, ele resolvera dizer-lhe aquilo após o jantar e a razão ainda lhe era uma incógnita.

— Ela ajudava aos homens indiscriminadamente. Bastava que este precisasse de ajuda e ela lhe cedia sua bondade. Um dia, no entanto, ela ajudou um homem que padecia de uma peste endêmica. Este homem não era bom, nem gentil. Depois de curado, completamente encantado por sua beleza, ele tomou à força. Mesmo quando ela o implorou e disse-lhe que prometera manter-se virgem para os deuses, ele desrespeitou seu voto e feriu a humana que os deuses mais amaram. Naquele tempo, ainda havia amor entre deuses homens. Hoje apenas nos desprezam... Por homens como este, os deuses não se importam mais conosco. — Taehyung o olhou, unindo as sobrancelhas, confuso: — Com o pranto dela, o céu chorou por semanas sem nenhuma pausa; quando ela gritava, raios partiam árvores e incendiavam plantações. E quando aquele homem arrancou tudo dela, ela desejou a morte. E os deuses a atenderam. Naquela noite, seu carrasco foi acometido por um adoecimento agudo; havia curandeira que pudesse salvá-lo daquela morte, mas pela primeira vez, ela não teve misericórdia de uma alma obscura. Ele a partira de dentro para fora e por sua maldade, ela permitiu que ele agonizasse em sua morte. E desejou para si própria aquele fim. Em seu último suspiro, ela conheceu um homem de face estranha. Seus olhos eram vermelhos e a pele alva, ele tinha os cabelos brancos como a neve recém caída do primeiro inverno e sua pele era gelada. Quando ela o perguntou quem ele era e o que buscava ali, ele disse: "você chamou por mim e eu vim até você..."

¡abo! O príncipe da noite • taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora