XI. O guardião do Amor

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       Com as pernas bem separadas e os cotovelos pendendo no encosto do trono, as sobrancelhas do rei se abaixaram

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       Com as pernas bem separadas e os cotovelos pendendo no encosto do trono, as sobrancelhas do rei se abaixaram. Sobre sua cabeça, a coroa era pesada e em seus ombros repousava um fardo que avidamente o fazia crer que seus joelhos se dobrariam e ele ruiria sem força alguma para lutar: os medos, as esperanças e a vida de uma nação inteira.

Um peso enorme para um homem só.

Naquele dia, o sol não deixou seu esconderijo por detrás das nuvens, não deu-lhe o mínimo de seu calor, então restou apenas o frio. Taehyung odiava o frio. A mão repousou sobre a adaga embainhada em seu quadril, escondida pelos tecidos reais e precisando fechar os olhos, Taehyung pensou no que poderia dizer.

Se aquela guerra fosse em vão, se sua morte estivesse selada pelas águas do destino, devia haver um caminho para Jungkook. Ponderou, pensando. Nas terras livres do norte, Watanabe não poderia atacá-lo; eram conhecido como bárbaros sem reis, protegidos por demônios e feras e respeitavam os clãs que os respeitavam. Lá, Jungkook estaria seguro, longe das garras do rei nortenho.

Sabia agora que ela, a mulher que viera em seus sonhos lhe entregar aquela adaga, era a mesma que vira em seu casamento transformando-se em pássaro, que intercedera por Jungkook e salvara sua vida quando o assassino do norte tentou levá-lo; não haveria de ser humana, mas o que era então? Um demônio? Talvez esta fosse a maldição que ele tanto temia que o acompanhasse.

— Quem és tu? — Ele sussurrou, e abriu os olhos novamente, curvando o corpo para frente enquanto assistia os soldados se moverem, o som metálico das espadas colidindo uma contra a outra de forma violenta. Não era o melhor dos guerreiros, sabia disso, mas estava enviando homens inocentes com pouco treinamento para uma guerra que não poderiam sobreviver e agora a verdade caía pesada e dolorosa em seus ombros.

Levantou-se em lentidão e consigo, toda a corte se levantou, afinal, era descortês permanecer sentado quando seu rei estava de pé.

Os olhos escuros, cobertos por aquela aura macabra do rei seguiram até Jungkook, mas não se prolongaram quando Taehyung se moveu, descendo lentamente do altar para que chegasse a um dos largos corredores, onde ergueu uma mão à corte: — Estão dispensados.

— Meu senhor — Baekhyun chamou, a preocupação evidente em sua voz, mas novamente, Taehyung moveu a mão, reforçando a própria ordem. Queria estar consigo mesmo para o que faria.

Ouvindo os passos se dispersarem em lentidão, ele voltou a caminhar. Podia sentir o olhar queimando em suas costas, a aflição da guarda real tornando-se quase palpável enquanto caminhava. Seu pai nunca faria aquilo: nunca sairia desprotegido no meio de uma guerra sabendo o que sua morte significaria para o povo. E disse, mais para si, do que para qualquer outro no mundo, que não era seu pai.

Aquele não era Haesoo, o rei bom do sul.

Seguiu pelas escadarias extensas, alcançando as torres nortes vazias como nunca. Não sabia a razão, mas soube que precisava despir os pés e foi o que fez, sentindo o mármore gelado contra as solas nuas quando começou a caminhar. Encarou as paredes com suas esculturas entalhadas e então, parou diante de uma imensa parede de mármore, completamente vazia.

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⏰ Última atualização: May 21, 2023 ⏰

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¡abo! O príncipe da noite • taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora