VIII. O filho do norte

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       Um vento forte soprou, empurrando os fios castanhos para trás, mas Seokjin se recusou a parecer abalado, embora suas bochechas se tornassem ruborizadas pelo frio violento no porto escuro

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       Um vento forte soprou, empurrando os fios castanhos para trás, mas Seokjin se recusou a parecer abalado, embora suas bochechas se tornassem ruborizadas pelo frio violento no porto escuro. Mesmo que fosse dia, ainda era escuro no Clã Shi; o céu era coberto por nuvens de chuva e uma névoa insistente rodeava o porto e o alto-mar.

Homens diversos, dos parrudos aos mais franzinos, saltavam da embarcação carregando sacas de grãos e caixas com frangos. Traziam alimentos caçados e roubados do sul para alimentar ao norte, onde nada nunca florescia.

Dispondo um capuz escuro sobre sua cabeça, Seokjin iniciou uma caminhada confusa, deixando os olhos caírem na estrada de pedra. Shi não era bonita; o frio a castigava tornando tudo muito pálido e os moribundos estavam espalhados pelas ruas com as mãos esticadas para frente, implorando por dinheiro.O Kim aproximou-se de uma estalagem suja e uma mulher se aproximou, agarrando-lhe pelo tecido da calça. Ele a olhou de cima, engolindo em seco quando ela disse-lhe: — Dê-me comida... qualquer coisa. Eu faço o que for preciso...

— Eu não tenho nada — Respondeu com sinceridade, mas ainda sim, ela continuou agarrada a ele. Um corte se estendia pela face pálida, iniciado no lado direito da testa até a ponta do queixo, atravessando um dos olhos que pendia com as pálpebras fechadas; ainda assim, o nobre sulista pôde ver o inchado evidente de uma infecção. Quando ela falou, o sangue escapou pelo canto dos lábios e ele se agachou, tocando-a no rosto: — Eu não tenho alimento. Venha comigo — Pediu, esticando a mão para ajudá-la a levantar. Ela se encolheu, com o único olho marejado e agarrou-lhe as pernas novamente.

Seokjin olhou o corpo esticado no chão e suspirou, vendo como era magra e estava descoberta em todo aquele frio. Dispôs o braço abaixo de seus joelhos com cuidado e a ergueu no próprio colo, empurrando a porta da estalagem com o pé.

O atendente era um homem, alfa pelo cheiro forte que se espalhava pelo cômodo. A mulher em seu colo se encolheu, escondendo o rosto contra seu peito, mas Seokjin não se deixou abalar.

— Quem vem lá? — O homem perguntou, cuspindo contra o chão em seguida e Seokjin o olhou com atenção:

— Dê-me um quarto para a próxima semana inteira. E mandem que me sirvam o que tiveres de melhor — Instruiu com atenção e o homem uniu as sobrancelhas:

— E onde está seu alfa? — Ele escarrou novamente e o Kim negou com a cabeça: — Não recebo ômegas desacompanhados.

— Isto é o suficiente? — Ele perguntou, segurando a mulher em seu colo com firmeza em um único braço e com a mão, agora livre, dispôs um saco de moedas de ouro sobre o balcão. O homem, por alguns segundos, ficou em silêncio, engolindo em seco: — Dê-me o quarto mais afastado e se lhe perguntarem, nunca me viste por estes lados.

— Wheein! — Ele chamou com força, mas não foi atendido. Por alguns segundos, o silêncio encheu o cômodo e mais uma vez, ele gritou: — Wheein!

¡abo! O príncipe da noite • taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora