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Maravilhas não existem, simplesmente nunca existiram.

Era o que passava na cabeça de Yeosang.

Maravilha... O que é maravilha? Qual o sentido dessa palavra? Para quê ela se refere? Para quê ela serve?

Em vez de ter uma resposta em mente, tinha mais perguntas.

Nem todos os livros que lia, que gostava muito, era uma maravilha, tinha mais que descobrir para que serve aquela palavra.

Procurava por um dicionário na sua biblioteca, onde havia uma dentro de sua enorme casa no meio de uma floresta ou campo. Eram tantos livros que demorava séculos para pegar o que queria.

Amava ler, era seu passatempo favorito.

Quando finalmente encontrou, pegou e já foi na letra M, encontrar aquele o resultado da palavra.

Maravilha
Substantivo feminino
1.
Aquilo que desperta grande admiração ou assombro, em virtude de suas realizações, de sua perfeição, grandeza, beleza etc.; prodígio.
2.
POR EXTENSÃO
Coisa ou pessoa excelente.

Embora o que conseguiu o que queria, ainda não estava satisfeito.

Sentia-se derrotado novamente.

Pegou seu livro favorito e foi para fora de sua casa, que mais parecia um castelo. Foi em direção a uma árvore, a maior das árvores que tinha ali, e se sentou, se encostando nela, e abrindo seu livro.

Alice no país das maravilhas.

Maravilha. De novo aquela palavra.

Se perguntava o por que daquela palavra.

Fechou o livro com força, a procura de uma resposta, para todas as perguntas que circulavam em torno de sua cabeça.

Fechou os olhos por um momento até abri-los novamente, olhando para o lado, e viu um coelho.

Mas não era um coelho qualquer.

Ele estava de paletó, e com um relógio de bolso, igual o que estava contado na história da Alice.

Piscou algumas vezes, achando aquilo muito estranho, quando fechou os olhos por alguns breve segundos e os abrindo novamente, o coelho não estava lá. Rodeou a cabeça tentando encontrar aquela bolinha de pelos e nada.

─ Eu estou vendo coisas.

Disse a si mesmo com o livro em mãos, olhando a capa dura dele.

─ Yeosang. ─ a mãe de Kang havia gritado, provavelmente por ele não estar em casa na hora do almoço.

O loiro se levantou e olhou para trás mais uma vez, na esperança de que aquilo que viu era real, mas não era.

Simplesmente não era.

Mas se fosse, iria ser a verdadeira maravilha.

Suspirou e começou a caminha até dentro de casa, sua mãe, que estava com um pano de prato no braço esquerdo, passou seu outro braço pelas costas do filho, o guiando para a sala de jantar.

─ Lendo? ─ a mais velha perguntou.

─ Sim.

Assim que entrou na grande sala de jantar, se sentou em uma cadeira, colocando seu livro ao seu lado, atraindo olhares de seu pai, e de seu irmão mais velho.

─ Ainda lendo essas baboseiras, Yeosang? ─ Seu irmão mais velho perguntou, pegando o livro da mesa e começando a folear algumas páginas, logo o Kang mais novo o pegou de volta.

─ Não são baboseiras, são contos, contos incríveis.

─ Incríveis, sei. - debochou. ─ sabe o que é incrível? Como você só tem olhos para essas merdinhas.

─ Já deu, podemos almoçar em paz agora? ─ o pai do loiro se pronunciou, e assim só se podia ouvir barulhos de talheres batendo nos pratos e respirações da família ali.

Yeosang parou de comer por um momento, bebendo um gole do suco de laranja.

─ Pai, eu encontrei um coelho no jardim hoje.

─ Ótimo, irei caça-lo amanhã de manhã.

O silêncio se fez presente de novo, mas Kang voltou a falar.

─ Ele estava usando um paletó e um relógio de bolso.

Agora só se podia ouvir as risadas altas do irmão mais velho, que fingia limpar uma lágrima de tanto rir.

─ Que baboseira você está lendo agora, Yeosang?  ─ perguntou seu pai.

─ Ele anda lendo muito Alice no país das maravilhas. Haha. Ei, sabia que a Alice nunca foi no país das maravilhas?, ela usava drogas, e ficava alucinando coisas. Tá ficando drogado maninho?

Yeosang estava começando a perder a paciência, seu irmão so o irritava, e quanto mais o Kang mais velho fazia isso, mais ódio tinha dele.

─ Eu não uso drogas, seu idiota.

Iih, não sei não, ele deve esconder as drogas nos livros idiotas dele.

Yeosang se levantou bruscamente, empurrando a mesa de jantar e pegando seu livro, indo direto para o quarto se trancar lá.

A cada dia que passa, era uma facada em seu coração, sua família literalmente o odiava, menos sua mãe, que o trarava com carinho, o deixando fazer o que bem quer da vida.

Se sentia completo ao lado dela.
Afinal, ela o carregou no útero por 9 meses.

Seu pai vive trabalhando em seu escritório, sabe lá o que faz.

E seu irmão, quando não tem nada para fazer, implica com o loiro.

Se sentia um merda, ou sua vida era uma verdadeira merda. "Talvez entrar no mundo das drogas seria melhor do que essa vida." Pensou o Kang.

Foi para a varanda de seu quarto, sentando em uma cadeira de madeira que havia ali.

Olhou para tudo em volta, o quintal era enorme, a grama era baixa, e depois disso, era só árvores.

Não era tão ruim, mas de noite, era assustador.

Mas fora isso o lugar era perfeito.

Colocou a mao sobre o queixo, suspirando pesadamente, enquanto mexia sua pupilas, olhando cada cantou daquele lugar.

Seus olhos pararam novamente, se arregalando na hora.

Era ele.

O tal coelho branco de paletó e um relógio de bolso, estava bem ali, no quintal de sua casa, olhando diretamente para ele.

O tal coelho mostrou o relógio para Kang, mesmo de longe ─ pois estava no segundo andar ─ observava cada movimento do coelho. Bateu o dedo no relógio algumas vezes, talvez mostrando a hora, e saiu dali, indo o mais longe da floresta.

O loiro achou aquilo estranho, e talvez estivesse alucinando mesmo, mas deixou quieto após notar que já estava escurecendo, quando a floresta ficava cada vez mais assustadora.

Entrou para dentro do quarto e fechou as portas de correr, logo fechando a cortina. Se deitou na cama, e dormiu.

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Espero que gostem da minha nova fic, desculpe aqulquer erro, beijos.

Yeosang in Wonderland ─ 1° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora