existem pontos confusos e eles são uma merda

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Eu não sei se esse é o momento certo, se ele sentiu falta da merda da caixa mas já faz uma semana que ele voltou e acho que os pontos já podem ser costurados.

Terça, depois da aula, eu estava sentado com Hiury na cantina, Win estava com Guy e Guns em algum canto. E... Droga. Eu sinto que tô fazendo tudo errado. Que nada faz sentido e que tudo não passa de vazio. Se ele não quiz falar, não deveria ser eu o Robin Hood, salvador dos mais frágeis.

Eu pareço errado em qualquer posição. Isso é uma merda, eu estou de saco cheio.

— Tá com uma cara péssima. — Hiury me encarou — O que aconteceu?

Eu balancei a cabeça, não é como se eu pudesse abrir o jogo e ela no fim de tudo me chamaria de idiota.

— Nada importante.

— Qual foi a merda de você fez agora? — ela começou, profunda conhecedora dos meus atos de merda — Fumou? Pegou um porre e passou o rodo na festinha? — nada falei, ela me encarou assustada — Meu Deus, você não bebeu?! Atenção, atenção o sistema está entrando em pane, Bright Vachirawit não bebeu e ainda está baqueado!

— Vai encher o saco de outro, menina.

— Outro quem, se o único digno de minha maravilhosa companhia é tu, pedaço de pedra. — revirei os olhos, Hiury queria me jogar um balde de gelo, com certeza queria, porque para fazer piadas idiotas ela estaria em quase desespero para me tirar daquele poço que eu nem tinha me tocado estar dentro.

É que é uma merda seu melhor amigo fugir e depois aparecer espalhado paz e amor, é um saco saber o que ele sentia ou ainda sente e não pode falar nada para não invadir a privacidade dele por mais que eu tivesse enfiado todos os meus pudores no cú ao ler as cartas e poemas.

Eu vou embora. Nada aqui vai ser útil a não ser pra me deixar mais desesperado.

— Tô saindo.

— Bright, espera!— ela me puxou levemente, eu parei, porra eu estou ao ponto de chorar. — Eu não sei o que aconteceu, tá? Mas você não precisa ver isso sozinho. Eu tô aqui, sabe disso.

— Eu sei... — ele não sabia disso. Win também tinha alguém do lado dele, mas diferente de mim que sou um livro aberto ele era bom em fingir. Então eu não pude dizer pra ele a mesma coisa que ela me disse. — Obrigado.

Idiota.

Eu sempre fui uma tábua pra entender o que os outros sentem, sempre fui o pior em apoiar, sempre ignorei muitas coisas e pessoas, eu simplesmente faço merda atrás de merda como se minha vida ficasse mais prazeroza ao ser vazia.

— Vai com cuidado. — ela disse me mandando tchauzinho.

Com cuidado suficiente para bater o carro e morrer na hora, esse era o cuidado que eu queria ter. Beber água e engasgar, puft, morreu.

E eu nem sei onde vou parar, sabe, é tão nublado.

Win.

SOBRE POEMAS AMASSADOS NUM DIÁRIO VELHO. brightwinOnde histórias criam vida. Descubra agora