CAPÍTULO 04

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ANTONY HERNANDEZ

Meu dia foi um caos. Um único dia que fico sem ir à obra e tudo desanda. Isso que dá ter funcionários incompetentes. Agora estou com um mestre de obras em estado crítico no hospital, um monte de relatórios para fazer e toda aquela burocracia de segurança do trabalho para resolver. Eu tinha que sair do escritório urgente, senão explodiria.

Começo a responder alguns e-mails no celular. Estava tão concentrado no que fazia que só senti um empurrão me fazendo perder o equilíbrio e quase cair. Quando vejo quem é o responsável pela minha quase queda respiro fundo na vã tentativa de me acalmar, mas ficar no mesmo ambiente que ela é quase impossível ficar calmo ainda mais com ela gritando no meu ouvido.

— Você não olha para onde anda? — Diz com o olhar nervoso.

— Olho sim! Você que estava correndo feito louca! — Já respondo no mesmo tom de agressividade. Ela levanta a cabeça e me encara por alguns segundos.

— Tinha que ser... meu dia estava perfeito até agora! — Bufa e volta a pegar as coisas do chão. Sinto meu sangue ferver e pego no seu braço e a encaro com intensidade.

Aqueles grandes olhos verdes me olham como se fossem me devorar e aquilo acaba com minha sanidade. Ela abaixa o olhar por uns segundos e acabo voltando a minha realidade.

— Acho que você sofre de amnésia garota! Esqueceu que sou seu chefe?! — Digo furioso.

— Não esqueci não! — Diz petulante.

Ah! Garota... Se soubesse o que eu queria fazer com você agora?

— A propósito, não estou em horário de trabalho, então posso te responder da forma em que eu achar melhor. — Ela puxa o braço com força de minha mão. Termina de recolher suas coisas e sai.

Olho ela indo em direção a saída e bufo, hoje preciso sair e tentar me distrair. Pego meu celular e procuro o número do Arthur. Ele é meu amigo desde... sempre. Em todos os momentos que precisei ele estava lá para me ajudar, e hoje mais do que nunca eu precisava conversar com ele, tomar umas e quem sabe arrumar alguém para aliviar minha tensão.

— Cara, preciso sair hoje, estou muito estressado. — Praticamente rosno ao telefone.

— Primeiramente como vai? — Diz irônico e eu reviro os olhos.

— Nem comece Arthur! Não estou com paciência. — Digo já sentindo uma leve dor de cabeça.

— Tá bom senhor estressadinho! Onde você quer ir? — Pergunta debochado e eu apenas ignoro.

— Sabe aquele pub que gosto?

— O Jungle?

— Sim, esse mesmo! — Digo.

— Ok! Nos vemos lá às 21h. Beijinhos Mr. Simpatia. — Diz. Posso ouvir sua risada do outro lado da linha e então ele desliga o telefone.

— Idiota! — Murmuro olhando para o aparelho em minhas mãos.

Meu nível de ódio hoje está no modo hard. O som que está tocando me irrita profundamente. Não sei o porquê de estar aqui, me arrependi no segundo em que botei meus pés neste lugar. Viro o copo bebendo toda a bebida de uma vez só, o líquido desce queimando na minha garganta e por um segundo me sinto bem.

— Mais uma por favor. — Digo olhando para o barman à minha frente.

Olho para o relógio em meu pulso e são 21h30. Cadê o idiota do Arthur? Suspiro cansado, e quando falo cansado é porque estou extremamente cansado e irritado. Não devia ter vindo aqui.

De repente é amor (Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora