Linda Goulart
Já se passaram quatro semanas desde aquele dia fatídico. Depois que pedi um tempo para o Antony, não o vi mais. Somente algumas mensagens perguntando como eu estava, mas eu respondia com frases curtas tipo 'Estou bem, obrigada!' não prolongava as nossas conversas para que realmente valesse o tempo que pedi.
Como ele declarou, vivo cercada de seguranças e às vezes isso me dá nos nervos porque me sinto em cárcere privado. Entendo que é para minha segurança, mas confesso que odeio. Não ter privacidade é horrível.
Às vezes me pego lembrando dos momentos que passamos juntos e sinto muita falta. Amo o Antony e não nego, mas eu precisava desse tempo para pensar, saber se realmente é o que quero.
— Amiga? — Diz Thaís entrando no quarto. — Você ainda não levantou dessa cama?! — Fala puxando a coberta que me cobria.
— Me deixa aqui mais um pouco! — murmuro preguiçosa.
— Caramba, Linda! Já são 9h. Levanta logo essa bunda daí. — Dá tapinhas na minha bunda. — Vamos tomar café da manhã!
Me arrasto da cama e vou ao banheiro escovar os dentes. Olho o espelho e percebo que tenho algumas olheiras, não estava dormindo direito fazia dias. O cansaço dominava meu corpo. Tenho que falar com o Antony sobre nós. Ele me decepcionou muito, mas meu coração bandido o ama e ficar longe dele está me deixando muito mal.
Adentro à cozinha e sinto o delicioso cheiro de café, o qual sou fanática! Vou em direção à cafeteira e encho uma caneca. Levo o meu nariz e sinto aquele maravilhoso aroma, mas quando tomo um gole meu estômago revira. Largo minha caneca sobre a mesa e saio correndo para o banheiro vomitando em seguida. Após colocar tudo pra fora, olho para o espelho e vejo minha pele pálida, faço uma careta ao me ver tão feia. Enxaguo minha boca e volto para a cozinha.
— O que houve Linda? Está passando mal? Precisa ir ao médico? — Thaís pergunta preocupada.
— Só um mal-estar. Meu estômago hoje decidiu não gostar do meu amado café. Logo melhoro. — Suspiro. — Vou tomar leite.
— Tem certeza que é só isso? Você não quer mesmo ir ao médico?
— Não. Já estou melhor.
— Tudo bem, então. Olha só o que comprei para o nosso café da manhã. — Ela diz toda animada enquanto me mostra uma vasilha cheia de Nhoques.
— Não acredito! Meus favoritos! — Digo já pegando um e comendo, que sabor maravilhoso.
Estava tão animada, comendo, quando meu telefone toca com um número desconhecido. Limpo meus dedos em um guardanapo e atendo:
— Alô?
— Linda, aqui é o Arthur. Tudo bem? — Ele diz com certo desespero e aquilo me preocupa.
— Estou bem sim! E você? Aconteceu alguma coisa? Você parece um pouco angustiado. — Falo ansiosa.
— Estou bem também! Mas preciso de você urgente. O Antony não está bem, acredito que só você para tirá-lo dessa fossa. Você pode vir na casa dele agora?
Meu coração se acelera e me levanto bruscamente, mas sinto uma pequena tontura e me forço a sentar novamente.
— Claro que vou. Chego aí em 20min. O que houve com ele?
— É melhor você ver com seus próprios olhos.
— Tudo bem. Daqui a pouco chego aí. — Desligo o telefone e olho para a Thaís.
— O que houve Linda? — Ela pergunta.
— Parece que o Antony não está bem. Vou ter que ir lá imediatamente. — Me levanto da cadeira com mais calma. Dessa vez não senti aquela tontura.
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De repente é amor (Reescrita)
RomanceLinda é uma mulher que enfrentou muitos obstáculos no passado, mas está determinada a construir um futuro melhor para si mesma. Com um novo emprego e a oportunidade de cursar faculdade, ela acredita que finalmente deixará seu passado para trás. No...