PRÓLOGO

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Linda Goulart

— Para com isso Toninho! — Ele puxou mais uma vez as minhas tranças. O sorriso em seu rosto me dava mais ódio da sua cara. Todo dia ele achava um meio de me azucrinar e isso já estava dando no saco.

— É tão bom mexer com você, porque você fica brava e isso é divertido! — Ele diz com um sorriso debochado em seu rosto.

— Bom será quando eu perder a minha paciência! — Digo com raiva.

— O que fará? Me matar com o olhar? — Sussurra bem próximo ao meu rosto.

— Cala a boca idiota! — Ergo a mão para lhe dar uma bofetada, mas ele segura a mesma no ar.

— Nem se atreva Linda. — Diz serio.

— Babaca! — Digo e saio correndo.

(...)

O dia estava ensolarado. Levantei, tomei meu banho matinal, lavei meu cabelo e o deixei solto para secar, coloquei um vestido floral, meus óculos de grau, e após calçar meus sapatos e pegar meu material escolar dei uma última olhada no espelho analisando se estava tudo nos conformes e sai para escola.

Caminhei contando os passos, feliz por ter um pouco de sossego naquele momento, mas minha alegria durou pouco porque logo ouço um assobio bem próximo a mim. Respirei fundo criando coragem para olhar quem vinha, mas não o fiz até porque sabia muito bem quem era a pessoa que fazia aquele som.

— Hoje a gatinha está menos brava? — Pergunta bem próximo. Da última vez que nos encontramos acabei arranhando sua face, mas foi coisa leve. Acabo sorrindo ao lembrar desse momento. — Tá rindo porque não foi com você, né?

— Pior do que o que você faz não é! — Sussurro olhando para os meus pés. Não levantei a cabeça para olhar pra ele.

— O que disse Linda? — Ele pega em meu braço me fazendo o encarar. Sua sobrancelha estava erguida mostrando nitidamente uma pequena cicatriz que ele tinha.

— Não é da sua conta Toninho! Se fosse, eu teria dito em voz alta para você ouvir. — Eu praticamente cuspi as palavras em seu rosto.

— A gatinha está mais brava hoje. — O sorriso se formava em seu rosto, parecia que ele gostava de me ver nervosa.

O Toninho não era feio, na verdade, ele era bem bonito. Moreno, olhos negros, alto e gostava de vestir roupas estilosas. Ele era o queridinho das garotas da escola, já eu era apenas uma garota de 15 anos com roupas infantis e gostava de usar tranças nos cabelos. Não sou nem um pouco parecida com as garotas que andam com ele, então acredito que eu seja apenas o brinquedinho que ele gosta de atormentar. Eu tentava ser invisível, mas nada se passava despercebido pelo Toninho.

— Deixa-me em paz! — Digo e solto o meu braço de sua mão, mas ele é mais rápido e pega minhas duas mãos e as coloca atrás de mim, ficando com o corpo colado ao meu. — O que está fazendo Toninho?

— Isso!

Ele se aproxima, segura minhas mãos com apenas uma mão e a outra toca em meu rosto tirando a mecha de cabelo que caia sobre meus olhos a colocando atrás da minha orelha.

— Você fica mais bonita com os cabelos soltos, o tom de esmeralda de seus olhos ganham mais destaque.

Seu dedo passa sobre meu lábio calmamente parecendo avaliar toda a sua espessura. Eu sentia minhas bochechas arderem de vergonha, nunca nenhum cara tinha me tocado daquele jeito. Um formigamento percorria meu corpo, meu coração estava acelerado e a sensação de borboletas começaram a surgir em meu estômago.

— Sempre quis te beijar Linda... Posso fazer isso agora?

— Mas, mas... — Minha voz saiu trêmula, não entendia o que estava acontecendo... ele sempre me odiou.

— Mas o que Linda? Você não quer? É isso? — Ele passa o dedo suavemente em minha bochecha.

— Não sei... — Murmurei sem olhar em seu rosto.

Ele colocou o dedo abaixo do meu queixo e ergueu meu rosto para o encarar. Seus olhos estavam mais negros que o habitual, sua respiração tocava meu rosto de tão próximos que estávamos, sua boca se aproxima da minha. Eu nunca beijei ninguém na vida e naquele momento ele estava bem próximo de mim. Ele ia me beijar, com toda certeza que ia, mas o nosso momento foi estragado com seus amigos se aproximando com gritos e gargalhadas. Toninho mais que depressa me soltou e com seu empurrão acabei caindo no chão, mas ele nem se importou em me ajudar só começou a fazer suas piadinhas habituais.

— Cadê suas tranças, Maria Chiquinha? — Disse e começou a gargalhar para os idiotas de seus amigos ouvirem.

Cadê aquele Toninho carinhoso de poucos minutos atrás?

Não acredito que ele estava fazendo aquilo comigo, numa hora diz que quer me beijar e em outra começa a me humilhar. As lágrimas se formavam em meus olhos, mas eu me recusava a chorar. Ele ia apenas me usar... Era isso que ele ia fazer?! Não aceitarei isso, não mais! Enquanto ele ria se aparecendo para seus amigos, eu enchi minha mão de terra, me levantei devagar, olhei para ele e sorri, um sorriso de vitória porque eu me vingaria naquele momento.

— Por que está rindo Maria Chiquinha? — Disse num tom abusado. Eu não disse nada, apenas joguei toda a terra da minha mão no seu rosto. — Caralho Linda, por que você fez isso? — Ele pergunta tentando limpar os olhos.

— Você pensou que iria me fazer de trouxa Toninho? Hoje vou me vingar de você!

Peguei em seus cabelos e comecei a puxar, não queria nem saber quais seriam as consequências daquele ato, só queria bater nele até cansar. Eu já fui humilhada demais para aguentar ele me maltratando, e tinha que por um ponto final em tudo isso. Fechei minha mão em punho e comecei a dar socos em sua barriga, ele é forte, mas está com dificuldade de enxergar então foi bem fácil agredir ele. Quando ele finalmente conseguiu segurar minhas mãos eu apenas dei uma joelhada bem no seu membro e sai correndo, deixando ele de joelhos e os idiotas de seus amigos rindo e caçoando dele. 

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Amadinhos, capítulo reescrito com sucesso!

Espero que gostem desta nova versão.

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😘 Beijo da Jaque.

De repente é amor (Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora