CAPÍTULO 11

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Linda Goulart

Antony me mostrou todos os quartos do andar de cima. Depois me levou ao quarto que eu ficaria. Tinha uma enorme cama de casal, uma porta de vidro que dava para uma pequena varanda, o piso era todo acarpetado igual aos outros quartos, também tinha um closet e um banheiro enorme com uma banheira. Ele me acomodou na cama com todo cuidado.

— Antony, posso te perguntar uma coisa pessoal?

— Claro! O que seria? — Me encara.

— Sua namorada não vai se importar de eu ficar aqui na sua casa? — Eu disse enquanto analisava a sua reação, então ele começou a rir descontroladamente.

— Você não está falando sério? Está? — Ele disse enquanto tentava controlar sua risada.

— Estou sim! O noticiário disse que você estava namorando, então suspeitei que ela não iria gostar da ideia de eu estar aqui na sua casa.

— E você acreditou no noticiário? Linda, eu ouvi o que o noticiário disse hoje, e sabe porque eu estava sumido dos tablóides? — Ele falou enquanto me encarava.

— Não! — Eu disse, apenas.

— Porque eu estava cuidando de você, Linda. Eu não estava saindo mais, porque todo o tempo que me restava eu estava com você no hospital. — Ele disse se sentando na cama ficando próximo de mim.

— Sinto muito Antony! Estou sendo um fardo na sua vida.

Ele se aproximou de mim, pegou meu queixo e me fez o encarar. Ele olhava para mim, parecendo querer gravar cada detalhe do meu rosto.

— Linda, ver você entre a vida e a morte me lembrou de um passado que eu evitava. Sempre soube que o mais valioso nessa vida é o agora, não o passado ou o futuro. E não quero perder as oportunidades que a vida me dá. Então nesse momento farei algo que estou com vontade há muito tempo...

E aproximando-se de mim, ele acariciou minha bochecha enquanto olhava para a minha boca, levou sua mão ao meu pescoço me fazendo ficar mais próxima, eu não queria. Minha mente gritava não, mas meu corpo gritava sim. Meu coração batia descompassadamente e foi aí que ele me beijou.

Aquele momento foi único. Meu corpo reagiu de uma maneira que nunca aconteceu. Coloquei a mão em seu pescoço enquanto continuávamos vivenciando aquele instante, ele desceu uma de suas mãos para minha cintura e apertou.

Meu corpo estava pegando fogo. Queria mais do Toninho... Mais desse novo homem que me enlouquecia, porém, como num estalo, ele se afastou.

— Me desculpe! Eu não sei o que aconteceu comigo. Você deve estar pensando que estou tentando aproveitar da situação. Me desculpe mesmo Linda! — Ele falava enquanto se levantava rapidamente da cama e seguia em direção a porta.

— Estarei no quarto ao lado. Você está com o seu telefone?

— Sim. — Disse, ainda sem entender o que havia acontecido.

— Qualquer coisa é só me ligar ou mandar mensagem que estarei aqui em instantes. — Falou saindo do quarto, sem nem me dar a chance de falar nada.

Que porra foi essa que aconteceu?

Mas foi melhor assim! Preciso proteger meu coração do Toninho. Só que ele está tão diferente... Tem aguentado meus momentos, cuidado de mim e parece estar gostando de verdade de mim e isso tem amolecido meu coração a cada dia. Estou confusa, o único cara que amei foi o Bryan e o idiota acabou com meu coração. Só que sinto no Toninho que será diferente. Quem sabe de repente é amor. Não um amor qualquer, mas algo verdadeiro.

Não... não posso e não devo amar ele! Definitivamente não!

Fico pensando em toda a situação até que adormeço. Acordo com um pouco de dor na perna. Pego meu celular e confiro as horas. São 3:15 da manhã, além da dor, estou com muita vontade de ir ao banheiro. Olho a distância da cama e da porta do banheiro, analiso a situação e acredito que consigo chegar lá sem precisar chamar o Antony. Olho por todo o quarto e percebo que nem a cadeira ou as muletas estão aqui.

— Merda Antony! Terei que ir ao banheiro igual um saci. — Sussurro para mim mesma.

Levanto-me e apoio minha perna boa no chão. Conto até três e dou um pequeno pulinho, não consigo dobrar a perna direito, então é mais difícil ainda para prosseguir e a cada passo dói. Após alguns pulos consegui finalmente chegar ao banheiro, faço minhas necessidades e tento retornar para a cama, mas entre um pulo e outro acabo me desequilibrando e caio em cima da minha perna machucada. Dou um grito, e começo a chorar porque agora que doí muito mesmo. Ouço o barulho da porta se abrindo e um Antony desesperado chega e vem em minha direção.

— O que você fez Linda? — Ele pergunta me pegando em seus braços, mas esse movimento é pior que eu ficar no chão.

— Para Antony! Está doendo muito. — Eu gritava de dor.

— Calma, já estou te colocando na cama. Chamarei o médico. — Ele me coloca na cama e já pega o celular enquanto sai pela porta.

Não acredito que ele vai me deixar sozinha.

Passados alguns minutos, ele volta com uma compressa de gelo e coloca sobre a minha perna. Me olha com aquele olhar de quem me repreende.

— Não queria te incomodar com uma coisa tão simples. — Digo dando um sorriso amarelo.

— Simples Linda! E se isso tiver prejudicado ainda mais sua perna? Você não pensou nas consequências? Eu disse para me chamar, porra! — Ele estava furioso.

— Me desculpa. — Digo abaixando a cabeça com vergonha.

— O médico já deve estar chegando. — Disse sem me olhar, enquanto levantava e começava a andar de um lado para o outro. A campainha toca.

— Vou atender! E você me faça o favor de não levantar essa bunda daí. Estamos entendidos?! — Eu apenas afirmei com a cabeça, com meus olhos se enchendo de lágrimas.


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Um beijo.


De repente é amor (Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora