Capítulo III: Não sei como olhar nos teus olhos

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Anahí foi deitar-se naquela noite ainda parecendo ter a mesma sensação sobre a mão

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Anahí foi deitar-se naquela noite ainda parecendo ter a mesma sensação sobre a mão. Deitada em sua cama, tal pensamento a fez acariciar o local, imaginar que os lábios dele encostaram em alguma parte do corpo dela a deixava arrepiada.

O rosto dele ficava em sua mente todas as vezes que fechava os olhos e por mais que ela tenha decidido esquecer, ele parecia perseguir os sonhos dela.

Decidiu levantar-se para rezar, isso não passava de reações químicas, não poderia agora render-se a tais pensamentos. Deus com certeza a ajudaria a eliminá-los.

Os dias passavam rapidamente e Alfonso parecia realmente interessado em ser um pai mais presente, estava sempre indo visitar a filha, frequentando reuniões e a levando pra casa nos fins de semana.

Depois do episódio no pátio, eles não conversavam muito mais. Ao encontrar-se, apenas sorriam um para o outro e mantinham seus olhares fixos, até que em uma manhã de sábado, pouco antes de Giovanna ir para casa do pai, ela surpreendeu Anahí:

- Irmã, vamos almoçar na minha casa hoje?

- Como assim? Não. Eu não posso sair.

- Ah, irmã! Por favor! Eu já falei com meu pai. Ele quer que você vá também, além disso, minha tia vai estar lá. Quero muito que você conheça ela. Por favor, diz que sim! - Implorou a menina, depositando um beijo no rosto da noviça em seguida.

- Tudo bem! Mas eu acho que a madre não vai me deixar sair.

- Vamos falar com ela agora. Ela não resiste a mim. Vou falar com jeitinho.

- Tudo bem, Gi!

Surpreendentemente, a mulher acabou rendendo-se a criança e permitiu que Anahí fosse até a casa do Herrera, porém exigiu que a futura freira não demorasse.

Giovanna foi para casa ainda naquela manhã, Anahí iria mais tarde, na hora do almoço, portanto tomou um banho e vestiu-se sem pressa. Não tinha muita vaidade e por isso não haviam muitos preparativos a fazer.

A fachada da casa de Alfonso era linda, em um tom de cinza com uma enorme porta. Ao chegar, ela acionou a campainha e a porta logo foi aberta por uma funcionária que sorriu ao vê-la.

- Olá, você é a irmã Anahí, não é? - Questionou a mulher, simpática.

- Sim, sou!

- Entre por favor! Estão esperando você a mesa.

A mulher a conduziu até uma enorme sala de estar com uma imensa mesa em que estavam sentados: Giovanna, Alfonso e uma mulher de cabelos escuros e longos, com um belo sorriso.

- Vem sentar aqui perto de mim, irmã! Estávamos esperando você. - Afirmou Giovanna.

- Olá! Como vão? - Disse Anahí, educada. Exibindo um sorriso largo.

- Oi, irmã! Que bom que você veio! Fiquei muito feliz quando minha filha disse que aceitou nosso convite. Sente-se, por favor! - Alfonso falou, tratando de retribuir um sorriso com a mesma intensidade para a moça.

- Irmã, essa aqui é a minha tia Maite. - Disse apontando para a mulher de cabelos escuros. - Ela é a minha tia favorita. - Tia, essa é a irmã Anahí e ela é incrível! - Afirmou, dirigindo agora seu olhar a tia, sentada à sua frente.

- É um prazer conhecer você, irmã. Sempre que converso com a minha sobrinha ela fala muito de você. Passei dois anos morando na Argentina, então, fazia muito tempo que não voltava. E agora essa pestinha está gigantesca.

O almoço seguiu tranquilo. Giovanna contava com detalhes todas as brincadeiras e histórias que Anahí e ela compartilhavam. Todos riam e se divertiam.

Alfonso, não conseguia desviar os olhos de Anahí, mesmo usando um hábito que cobria seus cabelos e uma roupa que não permitia que qualquer forma do seu corpo ficasse em evidência, ela era uma mulher linda! Possuía um sorriso encantador. Era dotada de um tom de voz rouco que parecia poder acalmar qualquer ser humano, porém eram os olhos dela, que pareciam prendê-lo ainda mais, havia algo neles. Algo que o fazia pensar em coisas que não deveria pensar.

Mas ele sabia que era impossível, não faria nada. Só a admirava. Talvez estivesse confundindo as coisas. Bastava esquecer. Ele conseguia fazer isto ou pelo menos, achava que conseguia.

Na pureza dos teus olhos - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora