Lia alguns documentos da empresa que eram os últimos detalhes para executar seus novos planos, tecnologias sustentáveis e mais baratas, algo que traria renovação e maior diferenciação de sua empresa ao mercado.
Havia decidido há alguns meses que queria implantar tais ideias. Na reunião, a equipe demonstrou-se preparada para lidar com tais mudanças, era o início de um novo capítulo, todos demonstravam imensa determinação em cumprir tal propósito, afinal, após a morte de sua esposa Alfonso não fez nada além de afogar-se em trabalho, tudo era muito mecânico, havia tempo que ele, um homem extremamente dedicado, antes dos acontecimentos, não demonstrava interesse real, parecia apenas queres esconder-se atrás dos papéis.
Porém, Alfonso não conseguia concentrar-se, a imagem de Anahí a sua frente dizendo à ele que todo o sentimento que ele pensou ter incomum com ela eram delírios, que era apenas um devaneio, o deixava atordoado. Até porque, ele é um homem com idade suficiente para não se deixar levar por paixões platônicas e vazias, ou pelo menos acreditava que era.
Se Anahí de fato, estivesse certa, então ele era louco. Era isso, então: ele era louco! Porque na cabeça dele, nada o fazia ver de outra forma, ela parecia sim estar tão imersa quanto ele. Ela correspondeu aos seus olhares, aos seus sorrisos, aos seus toques e aos seus beijos. Mas se isso não significava que ambos estavam apaixonados, então só poderia significar insanidade.
As imagens dos momentos íntimos que viveram na cachoeira, perseguia seu juízo, a forma como a respiração dela se alterava conforme ele deslizava as mãos por seu corpo, faziam-no crer que se ele não tivesse mexido em seu adereço de cabelo, dariam prosseguimento aos acontecimentos ali mesmo e em plena luz do dia.
Ele nem viu o tempo passar, já havia anoitecido quando se deu conta, resolveu olhar a hora, era 20:32 da noite, finalmente, mesmo em meio aos seus pensamentos havia conseguido terminar de revisar os papéis, não havia mais o que fazer ali, no entanto, não queria voltar para casa, não queria dar mais espaço as suas reflexões descabidas.
- Senhor Herrera! – Chamou Sofia, distribuindo leves batidas na grande porta de madeira que dava entrada ao escritório. Sofia, era recém-contratada da empresa quando Alfonso retornou, ela era uma excelente arquiteta. Uma mulher de cabelos claros e olhos castanhos, um corpo sempre em forma e usava roupas muito elegantes. Seus cabelos curtos no pescoço davam à ela um toque especial.
- Entre – Consentiu Alfonso.
A mulher abriu a porta e pôs-se de pé a sua frente.
- Já passa das 20:00 horas. Eu sempre fico até mais tarde pra cumprir minhas funções e percebi que o senhor me superou hoje – Declarou demonstrando um sorriso simpático.
- Sim – Afirmou, um pouco constrangido com a intromissão – Eu tinha muitas coisas pra resolver.
- Então, o senhor já acabou, não é? – Indagou – O senhor disse que "tinha" muitas coisas pra resolver. Sinal que ou já resolveu ou não vai mais resolver hoje, certo?
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Na pureza dos teus olhos - AyA
FanfictionInspirado na música: "Sacrilegio" de Christian Chavez Um amor impossível. Universos distantes que se unem por meio de um fator determinante. Estavam destinados a se encontrar, mas não podiam, não deveriam! Anahí é uma noviça que dá aulas em um inte...