Capítulo IV: Não posso me soltar

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Ao terminar o almoço, conversaram um pouco mais na sala, até que Anahí se pôs de pé

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Ao terminar o almoço, conversaram um pouco mais na sala, até que Anahí se pôs de pé.

- Muito obrigada pela refeição, pelas conversas e gargalhadas, mas eu preciso ir. Prometi para a madre que não iria demorar.

- Se você tem que ir, deixe que eu leve você, então! Vou pegar a chave. - Enfatizou ele, indo até o local onde deixava as chaves penduradas.

- Não, não, senhor Alfonso! Pode deixar que eu vou tranquila. Ainda vou passar na igreja antes de voltar para o internato, prometi que passaria por lá.

- Tudo bem. Então deixe que eu te levo até lá.

- Não. De forma alguma. É aqui perto. Fique tranquilo. Obrigada!

- Tudo bem, então se você preferir.

- Prefiro sim. Obrigada a todos vocês mais uma vez. Fiquem com Deus! - Despediu-se dando o último abraço em Giovanna e logo em seguida acenando para Maite e depois para Alfonso.

Maite observou a cena calada, até que Anahí saiu pela porta.

- Meu Deus, Alfonso! Precisamos conversar!

- O que foi?

- Vamos até o seu escritório que é melhor.

Ao sentaram-se nas cadeiras do escritório, Maite declarou:

- Você não pode! Ela vai ser freira, Alfonso!

- Eu não posso o que, Maite? Está doida? Eu não quero nada com ela!

- Poncho, eu conheço você desde que nasci, você estava quase babando olhando aquela mulher. Sim, ela é linda e muito simpática. Amei conhecer, mas ela vai ser freira. Não quero que você sofra e nem que a faça sofrer, a menos que...

- A menos que o que, Maite? Fala logo!

- A menos que ela desista de fazer os votos. Já percebi que ela também fica olhando para você. - Declarou, pensativa.

- Pare de ser louca, mulher! Eu não vou destruir a vida daquela noviça! Eu mal a conheço. Não quero nada com ela e ela, claramente, não quer nada comigo nem com homem algum.

- Ok, Alfonso! E eu não senti a química palpável de vocês dois no ar não, né? Estava tão sólida que eu precisaria de uma serra elétrica pra tentar cortar. Mas eu não vou dizer mais nada! Vou apenas acompanhar essa novela. Quando vocês se decidirem, é só avisar! Estou no aguardo.

Anahí, chegou a igreja com o coração aflito, queria chegar a frente do altar e pedir para que todos aqueles pensamentos fossem embora.
Ela estava de joelhos quando sentiu uma mão tocar em seu ombro, fazendo-o levantar para olhar.

- Padre Felipe! - o contemplou eufórica - Que bom ver o senhor!

Padre Felipe, a acompanhava desde muito tempo, era da paróquia da cidade em que ela cresceu. Foi com ele que fez toda a sua trajetória religiosa. Ele a conhecia melhor que ninguém. Conhecia seus mais íntimos segredos.

- Você está bem, minha filha?

- Meu coração está aflito, padre. Peço que o senhor intensifique suas orações por mim.

- Por que, minha filha? Está acontecendo algo? Gostaria de confessar? - a indagou, preocupado.

- Gostaria sim, padre. Mas hoje não poderei porque prometi a madre que chegaria cedo. Vou voltar em breve para fazer isso. Mas peço humildemente que por favor o senhor mantenha suas orações por mim.

- Pode deixar, minha filha! Deus e eu estamos com você.

Anahí, virou-se e pegou a mão esquerda do padre para dar-lhe um beijo, ao fazer tal ato, sua memória a fez recordar do evento que lhe havia tirado o sono, evento que a fez arrepiar, o momento em que Alfonso havia feito o mesmo que ela. A lembrança a fez paralisar por um tempo, até que a voz do padre lhe trouxe de volta a realidade. Despediu-se do padre e foi em direção ponto de ônibus, desejava chegar rapidamente ao internato.

Não havia nada com o que se preocupar. Talvez ela estivesse nervosa atoa. Talvez aquilo fosse normal. Toda aquela confusão em sua cabeça, podia ser só porque ele era pai da menina que ela amava e porque ele havia chegado perto demais dela.

Ela era uma mulher que já havia escolhido seu destino, além disto, quem garante que ele tinha qualquer interesse nela? Era um homem bonito, com uma família linda, tinha uma casa bonita e dinheiro. Ele não gastaria seu tempo pensando nela, mesmo que ela fosse uma mulher que tivesse tido outra opção de vida. Analizou toda a preocupação que sentia consenente aos seus pensamentos e concluiu que tudo era apenas devaneio.

Estava tudo sob controle, bom, nem tudo, mas pelo menos esta questão estava.

Na pureza dos teus olhos - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora