Capítulo V: Não se sinta culpado

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Os dias se passavam, e Alfonso mantinha-se dedicado a estar presente na vida de sua filha

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Os dias se passavam, e Alfonso mantinha-se dedicado a estar presente na vida de sua filha. Nas vezes em que ia ao colégio, seja para vê-la seja para levá-la para casa, quando cruzava com a irmã Anahí, a cena se repetia, seus olhares se cruzavam, sorriam, se cumprimentavam e depois se despediam.

Era confuso para ele, mas sentia cada vez mais necessidade de poder em pelo menos por um minuto do seu dia, perder-se naqueles olhos.

Certo domingo à tarde, quando Alfonso foi levar Giovanna de volta ao colégio, foi recepcionado mais uma vez por Anahí.

Na noite passada, alguns medos voltaram a assolá-lo. Já sabia que o ideal seria abrir-se com alguém antes que voltasse ao buraco do qual estava conseguindo sair, contudo a única pessoa com quem sentia vontade de conversar era Anahí. Deduziu que talvez devesse seguir seus instintos, já que fugir dos problemas, como da última vez, já havia se provado uma péssima escolha.

- Tchau, filha! Eu amo você! - Disse depositando um beijo na bochecha da menina.

Antes que Anahí se virasse para ir também, ele declarou:
- Irmã, será que eu poderia conversar com você um instante? Prometo não ser inoportuno.

Anahí lembrou-se da última vez em que ele queria lhe dizer algo e rurborizou. Porém percebeu que pela feição que ele apresentava, não seria nada semelhante ao que tinha acontecido anteriormente. Parecia um pouco nervoso e estava com olheiras. Imaginou que poderia ser algum assunto sério relacionado a Giovanna.

- Tudo bem, senhor Herrera! Vamos até a mesa lá fora.

Os dois foram até uma parte lateral da área externa onde ficava o parque para as crianças e sentaram-se.

Alfonso ficou durante alguns segundos encarando as mãos em silêncio. Segundo estes que para Anahí pareciam intermináveis. Quando ele finalmente levantou os olhos, ela percebeu que estavam marejados.

- A senhorita é como se fosse uma representante de Deus aqui na terra, não é? - Questionou.

- Não exatamente. Na verdade todos somos representantes de Deus, já que somos a imagem e semelhança dEle, mas o pecado nos tornou imperfeitos.

Anahí não podia acreditar que ele a havia chamado para uma aula religiosa naquele momento, tinha tantas coisas para fazer. Era melhor ter ido à alguém mais bem preparado, ela ainda era apenas uma noviça.

- Mas eu posso falar com você, não posso? Como falaria com um padre?

- Não exatamente. O mais adequado seria você ir até uma igreja e pedir para confessar. O padre Filipe é ótimo! - Afirmou sorrindo.

- Mas é que eu queria falar com você. Acho que é a única que vai poder me entender, já que ama a mesma pessoa que eu.

- Aconteceu alguma coisa? Há algo em que eu possa ajudar? - Perguntou, solícita.

Na pureza dos teus olhos - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora