Capítulo 3- Decisões Extremas I

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O cair da noite em Marte realmente não mostrava a mesma beleza do pôr-do-sol na Terra, porém, a ausência da luz solar trazia consigo o vislumbre de astros diferentes, proporcionando a visão de um novo céu

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O cair da noite em Marte realmente não mostrava a mesma beleza do pôr-do-sol na Terra, porém, a ausência da luz solar trazia consigo o vislumbre de astros diferentes, proporcionando a visão de um novo céu. Assim como o brilho de duas luas difundidas entre a constante névoa que cobria o planeta Fogo, o qual reluzia com pontilhados, indicando as civilizações ígneas vistas do espaço.

Enquanto as horas da madrugada se estendiam, Cimmeria batia na porta do aposento de um dos seus parceiros de profissão, aquele que lhe trazia uma leve preocupação.

— Xanthe? — chamava serenamente, sentindo algo nebuloso pairar entre as paredes do cômodo à sua frente. — Você está bem? Não veio comer com a gente hoje... Nem ontem e... Eu posso entrar?

— Por favor, Cimmeria — uma voz rouca e arrastada partiu através da porta fechada —, eu estou bem. Obrigado por se preocupar.

— Você não me parece bem, sabe que pode contar comigo, certo? — Na verdade, ele nunca parecia bem, mas estava de alguma forma pior. — Sou sua amiga e sabe disso. Por favor...

— Não! — Não foi um grito que transmitisse sua exaltação, pois sua voz não alcançava tal potência. — Desculpa, eu só estou meio desanimado, precisando de um tempo sozinho, para refletir.

— Tudo bem, só se cuida. — Sabia que insistir não levaria a lugar algum, por mais que sua empatia fosse enorme. — Quando quiser alguém para conversar, sabe onde me encontrar.

Antes de se distanciar, Cimmeria tentou amenizar as emoções ruins de seu melhor amigo, usando sua habilidade mágica, no entanto, era como se não houvesse sentimentos para melhorar, apenas um extremo vazio. Espero que consiga superar seus problemas...

•••

— Bom dia — saudaram o bruxo e sua namorada, em uníssono. Acordaram no mesmo instante, trocando o sorriso em seus lábios para beijar a boca apressada de quem amavam.

O dia em Marte era mais escuro, porém, podia ser visto como um longo pôr-do-sol, dada sua cor alaranjada tingindo o céu sem nuvens, mas com areia avermelhada.

— Eu acho que isso não é muito higiênico — comentou José, afastando seu corpo de Safira, à medida que ficava por cima dela, enrijecendo com força nos braços para suspender-se. — Beijar antes de escovar os dentes.

— Se você considerar que somos ligeiramente parecidos, acho que não tem problema trocarmos saliva. — A moça analisou os fatos e pôs, rapidamente, a mão na boca de seu namorado, prevendo a baforada que ele lhe daria. — Saliva tudo bem, bafo não.

Os Poderosos | Livro 1- AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora