Jessica encarava a morena em sua frente como se o mundo em volta de si estivesse desmoronando. A castanha permanecia imóvel enquanto a expressão dura da outra sob si alterava entre tristeza, arrependimento e agonia. Tristeza por colocar a outra naquela situação, arrependimento por não ter contado antes e agonia por não ouvir a resposta da outra, já que Jessica não conseguia dizer ao menos uma única palavra desde a confissão.
A mais nova, depois de longos minutos num silêncio agressivo, tomou coragem para apenas sair do colo da mesma e virar-se contra seu corpo, permanecendo seu olhar cabisbaixo. A Kwon, que agora também se mantinha em silêncio, teve vontade de quebrá-lo dizendo o quanto se arrependia por não ter contado antes, mas como ela era uma mulher mais velha e, automaticamente sendo mais velha tinha mais experiência de vida, decidiu então respeitar a dor alheia mostrando toda a empatia que sentia pela menina.
Diferente da morena, a mais nova mantinha seu olhar perdido, tendo seus pulsos fechados apenas se concentrando em não chorar, ou até mesmo coisa pior.
Não queria aceitar que, depois de uma manhã inteira tendo sentimentos compartilhados de ambos os lados, a professora foi idiota o suficiente para jogar tudo fora como se todas as palavras que a Jung tivesse dito fossem apenas palavras ao vento. Ela não queria aceitar que tinha se exposto tanto para a professora em apenas um dia, tudo aquilo era demais para a cabeça dela. Jessica por alguns segundos se lembrou da primeira vez que se sentiu daquela forma, com aquela dor insuportável no peito, aquela falta de ar desgraçada e, o pior de tudo, aquele nó na garganta que nunca pensou sentir de novo.
O pior é que uma coisa era certa: ela não tinha exagerado quando disse para a morena que tudo que sentia por ela era extremamente forte. Toda aquela dor e aquela angustia que sentia agora, era três vezes pior do que a primeira vez que alguém havia quebrado seu coração. A castanha não sabia como reagir à toda aquela mudança e toda aquela confusão. Foram necessárias apenas três palavras para que todo o mundo de Jessica desabasse logo agora.
– Jessica... – Yuri finalmente quebrou o silêncio perturbador que estava naquele quarto.
– Não. – Jessica disse com a voz embargada. Estava precisando tanto chorar que não sabia se conseguiria segurar por tanto tempo. – Não quero ouvir sua voz.
A castanha respirou fundo se levantando da cama, tendo seus braços em volta de si, como se precisasse cobrir a pele exposta. Yuri trincava os dentes atrás da mesma, se segurando muito para não ir até ela e se explicar. Jessica apenas se abaixou pegando sua blusa, agora amassada, e lentamente a vestindo. Sabia que não iria sair daquele cômodo sem antes falar tudo que precisava falar para a outra, mas tinha fortes dúvidas em medir as palavras.
– Sabe, Yuri. – Jessica disse não tendo a coragem de se virar para ela. Seus olhos marejavam e ela se permitia inclinar um pouco a cabeça para cima para que as lágrimas não descessem. Era orgulhosa demais. – Eu não devia ter me entregado tão rápido para você, como eu fiz.
– Não se arrependa por isso, por favor. – Yuri disse se sentando na beira de sua cama, tendo seu semblante verdadeiramente triste. – Se você me permitir explicar...
– Explicar o quê? – Jessica então se virou. Seus olhos estavam levemente avermelhados e suas bochechas tremiam, junto de seu queixo. Àquela altura não era mais possível segurar as lágrimas. – O quanto você explorou meus sentimentos? O quanto você me fez sentir segura o suficiente para confessar meu amor por você? Ou quem sabe até o quanto você me manipulou até me trazer para sua cama?
Yuri ficou em silêncio por alguns segundos. A Kwon nunca havia visto Jessica tão abalada durante todo esse tempo em que elas se conhecem. Cogitou até mesmo em virar sua cabeça para o lado para não ser atingida por aqueles olhos gélidos como o frio do inverno. Ela estava se sentindo completamente congelada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Professora Particular
FanfictionJessica Jung era uma das meninas mais repudiadas de sua escola. Dormia em todas as aulas, faltava à escola para se encontrar com meninas e fazia de tudo para que não enchessem seu saco durante seu horário de aula. Era a típica veterana que já estava...