Brisadeiro ou Brigaconha?

256 21 154
                                    

Jessica estava em seu quarto, deitada em sua cama bagunçada pela madrugada que teve com sua professora, esperando arduamente as horas passarem para que Yuri chegasse em sua casa novamente; para que, enfim, seu relacionamento com ela comece. Pelo menos na cabeça dela era isso que ela espera.

Ela trocava olhares entre o teto de seu quarto e entre a parede que ficava a frente de sua cama. Ela fazia aquilo como se fosse um mantra, pois preferia acreditar que aquilo estava fazendo o ponteiro do relógio correr mais rápido que o normal. Mas novamente, era isso que ela esperava.

Seu "transe" foi praticamente rompido quando pôde ouvir o ranger de sua porta abrindo lentamente. Num fio de esperança, olhou bruscamente para a direção da mesma e procurou com seus olhos, desesperada, Kwon Yuri. Mas tudo que seus olhos encontraram fora aquela criaturazinha vindo do inferno, ou melhor dizendo, a criaturazinha no qual sua mãe teve o favor de dar a luz.

Krystal a olhou com uma das sobrancelhas arqueada, como quem estava surpresa ao ver tanto desespero, mas não ousou provocar a irmã. Ela tinha plena consciência de que a Jung mais nova estava de bom humor, e não queria arruinar isso com algum comentário irônico.

– Jessica.

– Morri. – Respondeu a outra, quase que em um resmungo.

– Então ressuscita, porque a Tiffany está lá na porta. – Krystal cruzou os braços.

– O que essa garota quer essa hora da manhã? – Jessica disse se sentando na cama, aparentemente nervosa.

Krystal bufou por perceber que o bom humor da outra já tinha acabado.

– Ela é sua amiga, disse que precisa falar com você urgente. E outra, são duas e meia da tarde. – Krystal tentou justificar.

– E o que tem? Tiffany se pudesse dormiria até as oito da noite. – A castanha se levantou arrumando seus cabelos com suas mãos. Olhou para sua irmã que a encarava com cara de desgosto e ergueu uma de suas sobrancelhas. – Quié? Chupou limão, caralho?

– Tava tudo tão bom quando você estava de bom humor. Krystal admitiu com um bico, representando todas as crianças birrentas que conhecia.

– Ora porra, agradeça à Tiffany. Se ela não tivesse vindo aqui sem me mandar mensagem nem nada, teria evitado tudo isso.

Krystal bufou uma última vez e saiu do quarto sem ouvir mais nada, deixando a castanha descabelada para trás. Jessica suspirou e permitiu-se olhar para si mesma no espelho de sua penteadeira. Percebeu alguns chupões em seu pescoço e sentiu um arrepio gélido por todas suas costas.

Mordiscou levemente seu lábio inferior e soltou o ar pelo nariz, com um sorrisinho bobo no canto dos lábios. Abaixou levemente a gola de sua blusa e quase desmaiou ao ver quantas marcas haviam ali. Colocou uma de suas mãos em sua cabeça tentando pensar como esconder aquilo para que seus pais não vessem.

Foi então que como num desenho animado, uma grande lâmpada imaginária acendeu sobre sua cabeça, acompanhado de um alto "plim". Correu para seu armário a procura do que queria, seria perfeito se realmente achar aquilo, por mais velho e cafona que seja.

Jessica jogava roupas pelo quarto todo a procura do que queria, conferiu até em seu fundo falso, onde deixava suas bebidas e suas coisas ilícitas, mas falhou. Lembrou-se que Tiffany não gosta de ficar esperando e praguejou sua desorganização pela primeira vez. Ela sempre era muito organizada com suas roupas, maquiagens e afins, mas ultimamente a paciência para aquilo estava mínima. O guarda roupas de Jessica parecia mais um acidente natural, como o Katrina.

E novamente a lâmpada imaginária acendeu sobre sua cabeça. Lembrou-se que no último surto que teve com sua última ficante tinha sido tão forte que quis queimar todas as coisas da garota numa grande lata, do jeito mais dramático possível. As coisas da garota tinham sido colocadas estrategicamente embaixo de sua cama, numa grande caixa.

Minha Professora ParticularOnde histórias criam vida. Descubra agora