Irmão do meu melhor amigo [FINALIZADO]

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   As horas naquele relógio passavam lentamente como se o tempo não desejasse ter mais um dia a menos,a noite escura do lado de fora daquela casa se assemelhava a aqueles filmes de terror onde por trás de toda escuridão à um predador,os raios silenciosos revelavam a chuva que estava próxima de cair,porém em momento algum,os detalhes foram importantes.

    A música baixa,as garrafas de bebida ao lado de cada um de nós,o cigarro por entre meus dedos e meus amigos em uma rodinha na qual estávamos jogando verdade ou desafio,tudo aquilo descrevia a nossa melhor forma de passar a noite,sem uma festa para ir ou outro tipo de plano, apenas estavamos nos divertido do nosso modo.

   O olhar de Dylan a todo momento se concentrava em mim,pois dentre cada um ali,era a única a segurar um cigarro por entre os dedos e a beber quase uma garrafa de vodka. Sentia suas emoções,sua reprovação e seu desejo de me impedir de continuar daquela forma,pois havia prometido a meus pais e meu irmão,disse que não ultrapassaria os limites .

    Sabe quanto você acredita estar bem,mas senti o oposto? Então,sou essa pessoa com esse tipo de sentimento. Tenho meu irmão,tenho meus amigos, namorado e meus pais. Tenho todos ao meu lado,porém minha mente insisti em se privar,insisti em me fazer enxergar o quão sozinha poderia me sentir. Não era como se fossem insuficiente para mim, era oposto,eu sou insuficiente para ambos e até mesmo para meu racional.

   Ao olhar para meu irmão que exibia um sorriso fraco,porém feliz por estarmos juntos,tive a conclusão de que sou uma pessoa incapaz de fazer alguém feliz,incapaz de suprir as necessidades de alguém. Não sou uma boa filha, não sou uma boa irmã,uma boa amiga e estou longe de ser uma boa namorada para o ruivo.

   O mundo é um espaço intrigante,porém compressível ao olhos de algumas pessoas. A vida tem seus mistérios,porém a humanidade acredita que tudo poderá ter um final adequado e feliz,de acordo com o que ambos acreditam. Então, tendo essas afirmações,me pergunto como não consigo ser como eles,por que não posso conseguir desvendar meus problemas e solucioná-los?

   Deixando a garrafa de bebida ao lado de Ryan,me levanto daquele chão sentindo o exato momento em que tudo a minha volta deu um giro de trezentos e sessenta graus. Tomando direção a varanda daquela casa,enquanto mantinha o cigarro por entre meus dedos,pude sentir os olhares questionadores pairarem sobre mim. Embora tente,jamais conseguiria ser transparente,jamais poderia ser uma pessoa que nunca fui.

    Quantas quedas seram necessárias? Quantos obstáculos existem? Quantos ferimentos serem necessários? Quantas lágrimas terei de derramar? As vezes, me pego pensando se realmente conseguirei aceitar tudo o que está imposto em meu caminho,me pergunto se serei capaz de assumir todas as responsabilidades que viram com o passar do tempo. A resposta é inexistente,porém sei que os ferimento dentro de meu coração são intensos e sufocam de forma arrebatadora. Eu quero desistir? Quero finalmente descansar sob o som do silêncio e por trás do desconhecido? Não tenho uma resposta.

     Sentando-me naquela areia enquanto as gotas grossas da chuva caiam sobre mim,puxei minhas pernas contra meu corpo e as abracei de forma tímida e insegura de mim mesma. Minhas roupas se molhavam de forma rápida,pois como em um filme de romance ou drama, até mesmo a natureza sentiu minhas dores. O tremor começou a surgir,o frio bateu contra minha pele coberta apenas por um camisa masculina e as roupas íntimas,mas não sairia ou sequer adentraria um lugar que estava sufocando-me.

   As vezes,me levava imaginando como seria se a Sun não existisse. Enxergava por trás das paredes de um quarto escuro e sentindo as correntes em meus tornozelos e pulsos, realmente me questionava até a insistência humana pode ir. Me perguntava se aqueles que dizem me amar,poderiam lutar por alguém fraca como eu. Realmente seria o certo a se fazer?