Irmão do meu melhor amigo [FINALIZADO]

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    Jogando minha bolsa sobre aquela mesa na qual usufruía desde o início do ano,me sentei sobre a cadeira e deitei minha cabeça a fazendo de travesseiro. Queria dormir, não me importava quem estava ao meu lado ou ao meu arredor, não importava o lugar onde estava,apenas queria fechar meus olhos e me perder em um sono profundo. Estava exausta e meu corpo pedia por uma forma de me tranquilizar,me desligar de tudo,porém existia uma única forma de tudo isso acontecer e jurei não fazer aquilo.

   Sentindo carícias em meus cabelos,ergui meu olhar encontrando o ruivo me fitando preocupado. Estávamos sozinhos naquela sala de aula e não havia dormido em sua casa em nenhum dia do fim de semana,passei a noite em um hotel qualquer. Não mantive contato com ninguém,nem mesmo consigo,havia me desligado por completo daquele momento doloroso e solitário.

    Se sentando em uma das cadeiras de frente para mim,o ruivo segurou em minhas mãos e me puxou contra o seu corpo fazendo com que me sentasse em seu colo lhe abraçando sem me importar o de estávamos e quem poderia aparecer. Seu cheiro maravilhoso foi como um calmante,seus dedos acariciando meus fios,seus lábios sussurrando um “ tudo vai ficar bem”,seu coração tão acelerado quanto o meu. Dylan sabia do ocorrido com meus pais e estava do meu lado.

   Com meu rosto em seu pescoço e minhas mãos lhe apertando cada vez a mim,tudo aquilo me transmitia tranquilidade,porém não o suficiente para me sentir bem e segura de tudo que poderia vir a acontecer em minha vida. Dylan era minha âncora, minha bóia em meio a um náufrago,porém não poderia dizer ser o mesmo para ele. Estou mais para uma saboradora de sonhos e objetivos. Me pergunto se devo realmente continuar ao seu lado.

    — Seu irmão está procurando por você! — sussurrou lentamente.

    — Não quero ir para uma clínica, Dylan! Não quero ficar presa entre quatro paredes vendo o tempo passar lentamente — murmuro cravando minhas unhas nas palmas de minha mão fechadas.

    — Você não vai para nenhum lugar, gatinha! Sua mãe e seu irmão não concordaram,assim como todos nós — tentou me tranquilizar — Cooper me disse que seus pais estavam sabendo de tudo que você conversava com seu psicológo. Como você está em relação a isso?

    — Eles ultrapassaram os limites,quebraram minha confiança em ambos. Não vou ficar com uma pessoa que invadiu minha privacidade — desabafo.

    — E seu irmão?

    — Cooper é meu pudinzinho! Acredito que ele não faria isso comigo, apenas não estava com cabeça conversar. Não estou irritada com ele, jamais!

    — Você não sabe o alívio que sinto em ouvir isso!

    Mesmo ouvindo a voz de meu irmão e seus passos se aproximarem,me mantive abraçada ao ruivo que segurava em minha cintura de forma delicada e carinhosa. Não havia nada além de compreensão, carinho e proteção. Dylan deixava claro como odiava me ver daquela forma e é exatamente isso que me faz temer lhe magoar.

   — Como você está, amiga? Ryan me contou o acontecido — Flávia questiona.

   — Vou ficar bem — suspirei.

  — Onde você está ficando? Estou preocupado contigo — Cooper se abaixou ao meu lado.

  — Em um apartamento de um amigo — comento e sinto Dylan ficar tenso.

   — Pretende morar com ele? Você sabe que pode ficar no apartamento que papai nos deu — Cooper sabia que não aceitaria,porém insistiu em me dar uma solução incabível.

    Olhando para a porta da sala de aula,pude ver o professor se aproximando enquanto alguns alunos o seguia. Olhando para todos esses jovens,queria poder atravessar os portões desse colégio e dizer que tenho planos maiores, dizer que tenho objetivos a serem conquistados,porém a única coisa que conseguiria dizer e fazer,seria me manter viva até o próximo dia e assim sucessivamente.