Capítulo 15 - Hostage

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“It all begins with just one kiss

I'm held hostage by your Love”

Hostage - Sia

 

As nuvens dançavam tranquilamente no céu azul, os pássaros cantavam enquanto voavam pelo amplo espaço verde. O vento balançava tranquilamente a copa das arvores aquela manhã enquanto um vai e vem de homens e mulheres que usavam smoking transitavam pelo espaço. Algumas coisas mudaram nas ultimas duas semanas.

Luciano havia se mudado definitivamente para minha casa, na verdade ele queria me levar para a dele, mas meus pais não queriam me ter tão longe apesar de que ele morasse há algumas quadras da nossa casa. Ele já havia pedido permissão aos meus pais sobre o pedido e eles aprovaram sem nenhum problema com algumas condições.

A primeira coisa é claro, eu não poderia ficar longe deles, por isso a conversa demorou tanto e mesmo tendo argumentado bem meus pais se recusaram a me deixar ir pra longe de seus braços cuidadosos e afetuosos, mas ele conseguiu a permissão para dormir no mesmo quarto que eu antes mesmo de ter me pedido algo. Como ele conseguiu isso? Com a minha melhora apenas com ele cuidando de mim não teve como negar que ele me fazia bem e que não havia pessoa mais indicada para me manter bem independente do tempo que eu tivesse.

E eles na estavam enganados. Meu apetite havia voltado e fazia todas as refeições normalmente. Minha pele voltou a ter cor natural e meu corpo voltara a reagir melhor, mas claro que isso não aconteceu de uma hora para outra, ainda sinto tonturas e apago algumas vezes, mas Luciano sempre esta preparado. Gab será meu padrinho de casamento.

Casamento.

Para a maioria das pessoas o casamento acontece de duas maneiras, ou você ama alguém de verdade ou você esta grávida. Bem não posso engravidar o que descarta essa opção. Quanto a amar eu amo Luciano do meu jeito torto, mas meu casamento se deve também ao fato de que meus pais querem que eu tenha uma “vida” – risos – desculpe, mas é uma piada de mau gosto, mas ainda sim soa meio engraçado.

Olho pela janela de vidro e em seguida para a aliança dourada em minha direita, então sinto suas mãos me envolverem a cintura e ele me beijar o pescoço.

- No que esta pensando?

- Em tudo – digo em meio a um sorriso.

- Nervoso?

- Um pouco – confesso. – E você?

- Que noivo não ficaria? – disse ele em meio a um sorriso enquanto eu sorria de volta para ele.

- Porque a aliança de noivado fica na mão direita?

Ele riu de modo faceiro.

- Que bom que perguntou por que eu tive o trabalho de pesquisar caso você pergunta-se algo do tipo...

- Hmmm – disse em meio a um sorriso. – E então porque o anel fica na mão direita e não na esquerda minha Wikipédia.

- Os egípcios, por volta de 2800 a.C., já usavam um anel para simbolizar o laço matrimonial. Para eles, um círculo, não tendo começo nem fim, representava a eternidade à qual a união se destinava. Cerca de 2.000 anos depois, os gregos descobriram o magnetismo, que acabou influindo também nessa simbologia. Como eles acreditavam que o terceiro dedo da mão esquerda possuía uma veia que levava diretamente ao coração, passaram a usar nele um anel de ferro imantado, para que os corações dos amantes permanecessem para sempre atraídos um pelo outro. O costume foi adotado pelos romanos e o Vaticano manteve a tradição. Já o anel de noivado foi introduzido no ano 860, por decreto do papa Nicolau I, que o instituiu como uma afirmação pública obrigatória da intenção dos noivos. A aliança passa da mão direita para a mão esquerda para representar a aproximação do compromisso definitivo. Do lado esquerdo, ela fica mais próxima do coração. – disse me dando um sorriso torto.

- Bobo. – disse em meio a um sorriso.

- Seu bobo... – disse ele de volta.

- Mas o que é isso? – perguntava minha mãe que se aproximava de nós – Você não pode ver o noivo antes do horário isso da azar.

- Mas com qual dos noivos esta falando querida? – disse meu pai em meio a um sorriso.

- Querido isso não importa agora Luciano, já para seu quarto e nada de da escapulidas para ver Alex. – disse ela enquanto puxava Luciano para fora do quarto e fechava a porta enquanto ele dizia que me amava.

- Como esta se sentindo querido? – ela me perguntou.

- Estou bem mãe... Você sabe que Luciano me faz bem.

- Nos sabemos querido, só queremos que seja feliz.

- Eu sei pai... – os abracei – Amo vocês...

- Nós também o amamos muito. – disse minha mãe já aos prantos.

- Calma mãe... Vai ficar tudo bem...

- Eu sei que vai...

Meu pai podia não dizer muita coisa ao respeito, ele sempre se manteve forte por mim e por minha mãe e eu sabia que ele estava feliz por mim e que eu estaria em boas mãos. Então a porta do quarto se abre e Gabriel entra usando um smoking ele vinha em minha direção e me abraçou forte.

- Então como você esta?

Minha mãe se aconchegou nos braços do meu pai.

- Nervoso. – disse em meio a um sorriso.

- E não deveria estar? Porque você vai se casar. Deve estar uma pilha.

- Vou ficar se continuar falando assim – disse me descontraindo.

Há quanto tempo eu não ria daquela forma? Eu estava feliz no final as contas. Claro a minha vida não foi um poço de acertos e muito menos de erros mais aprendi muita coisa nesse meio tempo de vida.

- Então esta na hora. – disse minha mãe se aproximando de mim e segurando a minha mão.

- É parece que sim.

Respirei fundo. Meu pai se aproximou e me beijou a testa e caminhou ate a saída do quarto, Gab me deu um ultimo abraço e um largo sorriso e acompanhou meu pai, me deixando sozinho com minha mãe.

- Vamos querido.

Apenas dei um meneio de cabeça e saímos do quarto, nossos passos eram tranqüilos e rítmicos, descíamos a escada que levava ao saguão de entrada da propriedade dos avos de Luciano. Ao nos aproximarmos da porta que dava acesso ao local onde a cerimônia iria acontecer dois homens de smoking abriram as portas de vidro. A brisa adentrou o recinto e tocou o meu rosto. Luciano me esperava de terno e gravata no altar onde nosso casamento se realizaria.

- Não me deixa cair mãe... – sussurrei.

- Nunca deixaria você cair filho – disse ela apertado minha mão me levando ate onde meu futuro marido me aguardava com um largo sorriso em seu rosto. 

Querido Diário: Ascensão | Livro III | Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora