Querido Diário: Ascensão | Livro III | Romance Gay

Capítulo 2 - O pedido

O lugar estava cheio de balões coloridos, havia uma enorme mesa de quitutes especialmente preparados para a ocasião. Gabriel se mantinha atento aos meus passos perto da piscina enquanto conversava com minha mãe. O gravador estava em minhas mãos com um breve resumo da minha vida e amigos.

A musica tocava alta e o DJ animava a festa, ao que parecia todos os meus amigos estavam presentes comemorando. Algumas coisas rondavam minha mente nos últimos dias e eu realmente precisava coloca-las em ordem, me sentei em uma das varias espreguiçadeiras perto da piscina e fitei o céu azul celeste que ganhava tons mais escuros aos poucos. Foi então que a voz dele ecoou em minha mente.

Luciano.

- Boa noite. Acho que não recebi o convite dessa festa. – disse ele com um largo sorriso no rosto.

Revirei os olhos.

- Me pergunto porque será. – falei ironicamente.

- Se continuar me tratando assim, vou me apaixonar mais por você.

O olhei com a cara fechada.

- Se eu te tratar bem você larga do meu pé?

- Ai eu vou amar você mais do que eu já amo.

- E como eu faço pra você me deixar em paz. – falei irritado perdendo a paciência.

- Admite que gosta de mim que eu paro.

Ri alto.

- Só nessa sua mente destorcida que isso aconteceria. Eu não gosto de você.

Levanto-me irritado e saiu caminhando, quando ele segura meu braço.

- Da pra me soltar?

Ele solta meu braço e me aproximo dele, nossas faces estão próximas uma da outra, posso sentir sua respiração tranquila tocar meu rosto, então eu o empurro e ele cai na piscina, enquanto dou meia volta para e sigo para o outro lado próximo ao palco do DJ quando o vejo um garoto de olhos verdes claros e loiro, sem pensar duas vezes me aproximo dele e começo a beija-lo. O garoto segura minha cintura e retribui o beijo ficamos assim por alguns instantes e quando me solto dele, vejo Luciano nos olhando com um sorriso no rosto.

- Boa tentativa.

- Que droga!

Empurro o garoto, que não entende nada e dou meia volta por traz do palco para a saída que da acesso a rua da minha casa, quando sinto sua mão fria me agarrar e me fazer encostar em seu corpo molhado.

- Eu disse que não vou deixar você fugir de mim.

- Estou vendo que cumpri suas promessas. – retorqui.

- Porque não admite de uma vez? – ele me olhava confuso.

- Eu não gosto de você Luciano. – bufei.

- E porque você se arrepia quando toco sua pele? Ou porque não olha diretamente nos meus olhos e se afasta toda vez que faço isso. – ele se aproxima da mina face, eu recuo. – Porque não me deixa cuidar de você?

- Porque eu magoou as pessoas. É isso o que eu faço. E eu não sirvo para você! – gritei – Estou cansado, cansado de tudo. Todos escondem mais eu sei por que estou assim... Eu li a droga dos meus diários. Preferia nunca ter lido eles.

Ele me abraçou forte, enquanto eu começava a chorar, as lagrimas caiam com tamanha velocidade que minha visão ficou embaçada e minha voz embargada.

- Eu não quero ser mais um brinquedo. – conseguir dizer por fim. – Eu não quero sofrer mais...

Ele me apertou contra o seu peito e me levou junto com ele, o som continuava alto e ele falou algo com alguém. O som parou. Ele me guiou pelo palco do Dj e me soltou a poucos passos dele, pegou o microfone e se ajoelhou na minha frente.

- Alex Amell. Você é o garoto mais complicado, cabeça dura e teimoso que eu conheço, mas eu te amo não importa o quanto tente me afastar. Quer namorar comigo?

Isso havia acontecido há algum tempo e desde então estávamos juntos. Ele sempre protetor. Virei-me e o abracei me aninhando em seu colo, ele apenas me abraçou forte e beijou minha testa.

- No que esta pensando?

- No dia em que você me pediu em namoro.

Luciano riu.

- Porque esta rindo?

- Você e suas tentativas frustradas de me afastar de você.

Fiquei quieto e me aninhei mais em seu peito.

- Não prometa o que não pode cumprir.

Ele riu.

- Esta na hora de irmos.

- Mas já – protestei.

- Sim. Hora do jantar.

Ele se levantou comigo em seu colo.

- Poderia ter me avisado que eu teria saído de cima de você.

Ele me olhou e riu maliciosamente.

- E quem disse que eu quero que você saia de cima de mim.

- Pervertido.

Começamos a ri enquanto ele me carregava em direção ao carro estacionado não muito longe dali.