Capítulo 17 - My Love

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Olá galera, este é o fim de Querido Diario.

Agradeço a todos os que comentaram e aos que não comentaram mas leram, aos que deram estrelinhas e que me acompanharam ate aqui.

Confesso que chorei muito escrevendo esse capitulo, me senti perdendo alguem que amo e conheço.

Espero que Alex e Luciano vivam em suas mentes e em seus corações e que vocês tenham apendido algo, destruido preconceitos e vejam que todos somos iguais, amamos e sofremos e temos o direito de ser feliz.

Meu muito obrigado de verdade. Amo vocês.

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You gave it all. Into the call. You took a chance and

You took a fall for us. You came thoughtfullyLoved me faithfully. You taught me honor. You did it for me

My Love - Sia

As nuvens estavam cinza, naquele final de tarde. A garoa caia no chão o encharcando aos poucos, fazia frio o que era normal para essa época do ano. A copa das arvores sem suas folhas verdes e vistosas balançavam com o vento forte. A casa estava em silencio, Jason e Alex Junior estavam dormindo na cama que um dia me embolou quando era pequena.

Meu quarto continuava o mesmo depois de tantos anos, as paredes eram pintadas em lilás que já a muito desbotava da parede. As cortinas brancas na janela de vidro que impedia que a luz do sol entrasse de manhã. O piso de madeira lustroso ainda brilhava. A prateleira de livros continuava intacta do mesmo modo que a deixei anos atrás. A escrivaninha estava vazia e próxima a janela porque eu gostava de estudar olhando para a paisagem.

Era estranho estar de volta a esta casa depois de alguns anos longe, mas depois de suscetíveis perdas na nossa família, acabei decidindo morar mais próximo a meus pais. Meus avos por parte do meu pai Alex haviam falecido há doze anos e minha avó por parte do pai Luciano havia morrido há dez anos.

Por mais que todos os médicos falassem que meu pai Alex não viveria por muito tempo, ele resistiu durante anos graças ao meu pai Luciano. Todos podem dizer que fora algo excepcional, mas acredito que depois de tanta dor em sua vida Deus tenha lhe dado a oportunidade de ter uma vida feliz.

Meus pais vivem juntos desde os dezenove anos e hoje aos velos com seus noventa e quatro anos na cama dormindo tranquilamente eu desejava voltar no tempo em que eu corria pela casa recém limpa e meus pais me davam uma bronca, mas acabavam sujando a casa junto comigo. Eram tempos felizes.

Mas a vida nem sempre foi boa e fui alvo de preconceitos por ser filha de um casal homo afetivo, mas eu nunca me importei e sempre os amei. Foram eles que me tiraram do orfanato e me deram uma vida digna, amor e carinho. Agradeço a Deus por ter me dado dois pais maravilhosos e que me educaram e me ensinaram que nem tudo na vida pode ser comprado e que a simplicidade é a verdadeira felicidade.

Apesar de não ser filha biológica eu parecia com ambos, tinha o gênio do meu pai Alex, seus olhos e jeito nada convencional de lidar com o mundo. Já fisicamente eu parecia com meu pai Luciano imponente e forte e vejo nos meus filhos eles.

- Eva. – a voz de Rodrigo ecoou em meus ouvidos.

Virei-me e o olhei.

- Seu pai pediu que eu procurasse isso e entregasse a você... – disse ele levantando alguns cadernos velhos.

Levantei-me e caminhei ate ele, para que não acordasse ambos.

- O que é isso?

- Acho que são diários. – disse ele me olhando ternamente.

- Filha... – a voz de Alex me vez virar em um único movimento e me postar ao seu lado, Luciano me olhava com o sorriso de todas as manhas quando ia me acorda para ir à escola.

- Sim pai.

- Quero que você fique com os diários, ele tem toda a minha historia e a nossa historia.

Alex levantou a mão tremula e procurou pela de seu marido e a segurou.

- Espero que não me ache um monstro. – complementou.

- Ela não vai achar querido. É nossa filha. Educamos muito bem ela. E olha para ela hoje, casada com Rodrigo e nos deu dois netos lindos...

Meus olhos se encheram de lagrimas.

- Não chore querida. – disse Luciano.

- Desculpe pai... – dizia em prantos – Mas...

- Eu sei querida... – meu pai me acariciava a cabeça.

- Cuide bem de nossa filha Rodrigo. – disse meu pai Alex.

Ele deu um meneio de cabeça confirmando. Então ele me puxou e me abraçou. Meus se aproximaram um do outro com dificuldade e se olharam como sempre se olharam com amor e carinho. Então eles se beijaram e meu pai Alex se aconchegou em seu peito e ambos deram um longo suspiro.

- Eu disse que jamais deixaria você ir... Não sem mim...

- E você tem cumprido isso todos os dias.

- Venha querida – Rodrigo me puxou e fechou a porta atrás de mim deixando meus amados pais sozinhos enquanto se preparavam para dormir.

Morte.

Ela veio sem demora e ela atendeu carinhosamente o pedido dos meus pais, um não iria sem o outro e naquela mesma noite ambos de mãos dadas partiram indo para um lugar aonde jamais iriam se deixar um ao outro.

Querido Diário: Ascensão | Livro III | Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora