Capítulo dez - You are mine

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Eli Moskowitz 🦅

- Cara, eu estava pensando aqui... a festa de Halloween é daqui à dois meses, mas eu já sinto como se ja devesse escolher minha fantasia. O que você acha? - pergunta Demitri ao meu lado enquanto andávamos pelo refeitório da escola.
- Ainda temos muito tempo pra pensar nas fantasias. Acho que você devia esperar mais um pouco. - respondo.
Ele parecia pensar.
- Tem razão, mas o que seria do Halloween, se não existisse amigos para escolherem fantasias juntos? - pergunta fazendo uma expressão marota.
Sorrio meneando a cabeça.
- Seria uma festa de Halloween, mas tudo bem aceito escolher as fantasias com você.
- Ufa, pensei que você iria se tornar aquele cara que combina fantasias com a namorada.
- Quem disse que a Davina é minha namorada?
- E como você sabia que eu estava falando da Davina? - semicerro os olhos encarando o garoto.
Tá, nessa ele me pegou.
Ele me ultrapassa e se senta na mesa primeiro que eu.
- Acho que ela vai ir com a Lindsey, sabe, são amigas com certeza irão combinar as fantasias. - digo colocando a bandeja sobre a mesa e em seguida tirando as alças da mochila dos ombros a colocando no chão ao lado de meus pés.
- Bom, talvez sim, mas talvez vão apenas escolherem juntas, não necessariamente combinar. - diz.
- Tá essa repetição de palavras está me deixando agoniado. Mudando de assunto...
- Aí, - gelo ao sentir uma mão bruta em meu ombro e logo percebo quem é. - acha que esquecemos de vocês? - diz Kyler. De novo não. - quando sua namoradinha não estiver por perto, podemos fazer uma visita à vocês. - os garotos à seu redor começam a rir. - e como você conseguiu pegar a Davina cara? Quero saber sua tática. Que demais! Estou impressionado.
- Aí Kyler, nos deixe em paz tá? - Demitri interfere.
- Como é nerdzinho de merda? - ele já começava a chamar atenção dos alunos que ocupavam o refeitório.
- Não aprendeu a lição ainda Kyler? - Miguel surge do nada se aproximando.
- Até você Reia? - Kyler se afasta.
- Não me chamaria assim se fosse você. - diz o garoto.
As risadas dos garotos ecoam pelo refeitório.
A situação já estava crítica, os alunos se preparavam para pegar os celulares e começarem a gravar. Será que ele não estava com medo de levar outra surra de Davina? Ele continua querendo chamar atenção.
- Rei-a! - diz o garoto rindo. - vai fazer o quê? Tá se achando demais garotão, só porque acabou de entrar pra uma aulinha idiota de caratê? - o mestiço se aproxima de Miguel.
- Não é caratê idiota... - uma voz feminina soa pelo local, e logo percebo que é Davina que chega de repente e defende um soco que Kyler daria em Miguel - é o cobra kai! - desfere um em seu nariz, derrubando o garoto. - não aprendeu a lição ainda mestiço? - com o garoto de joelhos no chão, ela desfere agora um chute o derrubando para trás.
Todos presentes começam a gritar por briga.
Já os amigos de Kyler vão diretamente nos mais fracos. Eu, Demitri e Miguel.
Mas claro que Davina não iria deixar.
Ela já estava desferindo golpes nos idiotas.
Miguel também pareceu desenrolar.
Avisto uma cabeleira ruiva chacoalhando para todos os lados e quando percebo, Lindsey acaba de chegar derrubando dois no soco.
Era golpes contra golpes e a gritaria dos saciadores de sangue do refeitório.
Um grupo de alunos lutavam ao lado de Davina, contra os babacas que se juntaram a Kyler.
Até que Davina derrubasse o último. O Kyler.
Com um chute giratório diretamente em seu rosto o deixando desanimado no chão.
A conselheira Blatt chega bem na hora.
- Aí garoto desça já de cima da mesa. - diz à Miguel em pé na mesa. - quanto desrespeito! Todos pra diretoria já! - dizia arrastando Lindsey pelo braço, que estava mais próxima dela. Logo arrasta também Davina, que olhava para os garotos derrubados no chão, com uma feição vitoriosa. Seu lábio inferior estava manchado com sangue, apesar de ela ter batido em todos, alguém ainda conseguiu a acertar.
Os outros obedeceram e a seguiu.
- O que... foi isso? - pergunta Demitri pasmo ao meu lado.
- O que vimos. - respondo.

Davina Petterson 🦋

- Pra que tanta violência? - pergunta meu pai me encarando sentada no banco da cozinha. Eu segurava um pacote de gelo sobre o lábio onde doía o soco que levei. Estava despreocupada. - duas semanas de suspensão Davina, quanta irresponsabilidade. - ele estava calmo, por mais que transparecia nervosismo.
- Desculpe pai, mas eles mereceram. - me manifesto pela primeira vez ali.
- Olha Davina, eu sei que você faz o que acha certo as vezes, mas isso foi demais. - o encaro. - filha, as coisas não se resolvem assim. As vezes, uma simples conversa, ajeita tudo. - suspiro. Meu pai era tão ingênuo quando se tratava disso...
- Pai, é a segunda vez que dei uma surra neles. - ele me olha surpreso. - acha que teria paciência de conversar com um grupo de imbecis?
- Mas como...
- Foi escondido, eles estavam mexendo com meu amigo, aí eu apareci e dei um jeito neles. Sozinha. - ele piscava sequencialmente enquanto me encarava, sem palavras - dessa vez, foi um surto. Todos do dojo estavam envolvidos.
- Minha nossa...- engole à seco.- vamos lá, eu consegui processar tudo... você está de castigo ok? - suspiro e reviro os olhos. - Você entendeu? Nesse período de suspensão, você não vai sair pra nada. Você iria ficar sem caratê também, sabia... só que não vai adiantar. - sorrio discretamente.
Esse castigo não é muito válido pra mim.
Por mais que eu estivesse com raiva por não poder ver meus amigos, eu não fico muito preocupada com isso. Se ele acha que eu errei, ele tem razão por achar que deve me punir, afinal, é meu pai. A única pessoa que eu tenho pra me ensinar sobre a vida...
- Me desculpe mais uma vez pai. - ele suspira.
- Tudo bem. Sobe para o seu quarto só saia para jantar. - obedeço e subo.
Voltar pra casa mais cedo... Não era tão ruim.
Meu celular vibra com uma mensagem.
Me jogo na cama e ligo o aparelho... era Miguel.
"O sensei disse que nossa briga na escola, teve bons resultados.😉"
Sorrio ironicamente.
"O que além de suspensão de duas semanas?"
Envio a pergunta e espero sua resposta.
Enquanto isso, dou uma olhada em outros chats com algumas mensagens.
Lindsey...
"Aí, delicinha de suspensão né?"
"Não pesa Lindsey 🙄"
"Mas fala aí amor, arrasamos"
"Siiimm!"
"Ficou sabendo que o sensei adorou nossa leve atuação?" Tá agora eu fiquei curiosa.
"O quê?"
"O Miguel disse que ele mostrou o vídeo que foi gravado para o sensei, e adivinha!! Teve novas inscrições para o dojo!" quanto tempo levou para eu chegar em casa e ter a notícia??
"Não brinca!!" Pelo menos uma boa notícia.
Miguel me manda uma nova mensagem.
A mesma explicação de Lindsey.
"Já fiquei sabendo cubano, tarde demais." Envio.
Sorrio sozinha.
Me lembrei de Eli, nem tive tempo de falar com ele depois da briga.
"Oi"
Envio em seu chat de mensagens.
"Oi... você tá bem?"
"Estou. Melhor que nunca, apenas de castigo por duas semanas de suspensão."
"Ah fala sério. Não vou poder te ver...?"
Bom, nunca acredite que é impossível...
"Relaxa, pensei em algo."
"Como assim?"
"Papai, como estou de castigo e suspensão, meu amigo vem aqui em casa pra estudarmos juntos e ele me passar a matéria que perdi." Digo como se realmente estivesse falando com meu pai.
"Só amigos... sei." Sorrio."Você é demais."
"Eu sei."
" ♥️"
Após enviar outro coração, desligo o celular e espero até a hora de jantar.

🦋

De frente para minha família na mesa de jantar, no silêncio perturbador. Era assim que nos encontravam.
Yasmine me encarava de relance algumas vezes. Talvez por presenciar a briga de hoje e estivesse sem graça.
Não estava com muita fome, apenas beliscando a comida no prato a minha frente... até que a campanhia toca.
- Eu atendo! - me exalto antes de qualquer um.
- Tudo bem. - diz senhorita Alice.
Me levanto e me direciono até a porta de entrada. Quando a abro, sorrio ao saber quem era... Quem sabe o resultado de uma mensagem antes de eu ter descido para jantar...
- Ah, oi... - digo sorridente.
- Oi. Como eu disse, eu vim. - diz.
- Filha... quem é... - meu pai se aproxima. Não deixo de fingir minha atuação...
- Ah, oi Eli... O que faz aqui a essa hora? - pisco para o garoto que entende e entra no jogo.
- É... Eu vim oferecer ajuda para você não se atrasar com as matérias da escola sabe? Eu soube que você está de suspensão e pensei se não haveria problema. - diz olhando pra mim.
- Ah sim, pai esse é o Eli o meu amigo... Eli, conheça meu pai. - os dois se cumprimentam .
- Tudo bem Eli? - pergunta meu pai.
- Tudo sim senhor Petterson. - Eli responde meigo. Seguro um riso.
- Eu entendo sua intenção, mas ela está de castigo e agora já está tarde não acha que poderia vir outra hora? - Eli trava completamente, então ajo.
- Pai... ele teve uma boa ideia em me ajudar com as matérias, e ele veio até aqui pra isso, não seria educado fazer ele voltar né? - o encaro sorrindo.
Ele parece pensar...
- Você está de castigo Davina, não me faça te colocar por mais uma semana por estar me enganando...- diz após me arrastar para um pouco mais longe da porta.
- Pai, não se preocupe, ele está até de mochila... - ele encara Eli, e depois me encara novamente.
- Tudo bem... - sorrio - Eli, estamos jantando neste momento, gostaria de nos acompanhar? - o encaro sinalizando um sim.
- Muito obrigado senhor Petterson, eu aceito sim. - ele sorri e entra.
- Pode me chamar apenas de John. Venha, vou te levar até a mesa de jantar. - meu pai segue para a sala de jantar e Eli passa por mim sorrindo. Faço o mesmo e fomos para o local.
Pude ver a cara de Yasmine quando nos viu juntos.
- Terminei! - diz com sua feição enojada de sempre e se retira.
Ótimo, sem energia negativa.
Jantamos e conversamos todo o jantar.
Meu pai gostou de Eli, assim como senhorita Alice. Rolou aquele comentário de "amigo de Davina, é meu amigo também", assim como a mãe de Eli.
Após isso, subimos para meu quarto e "estudamos"... quer dizer, estudamos mesmo mas a maior parte do tempo, ficamos... nos beijando? Ou nos pegando mesmo, foda-se. Mas além disso, ele se mostrou preocupado com meu leve ferimento no lábio. Isso foi um ato carinhoso.
Nos beijos, ainda doía um pouco, mas acha mesmo que me importava?
Não me preocupei com isso...
Assim ficamos por um tempo.
Claro, com horário marcado pra Eli ir embora. Foi o que disse à meu pai.

🦋

Outro dia. Mais um dia.
Seguia para o dojo no horário pós aula, depois de um tempo em casa ao invés da escola.
- Ele já conheceu seu pai? - pergunta Lindsey pasma.
- Bom, sim... minha ideia funcionou perfeitamente. - sorrio.
- Você é mesmo uma louca. - diz sorrindo.
Encontramos com Miguel e um grupo de adolescentes em frente ao cobra kai... são os alunos que se inscreveram após a briga.
- Encheu mesmo. - comento ao me aproximar.
- Você viu? O sensei está muito contente. - diz Miguel.
- Isso vai dar o que falar. - diz Lindsey sorrindo.
Nos preparamos para mais uma aula de caratê...

You are mine - Eli Moskowitz Onde histórias criam vida. Descubra agora