Capítulo Onze - You Are Mine

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Dois meses depois...
Davina Petterson 🦋

Ouço o despertador soar rudemente e bato a mão na escrivaninha ao lado para o desligar, mas sem sucesso... era o celular de Lindsey. A garota estava dormindo desleixadamente com suas pernas pra cima das minhas e seu corpo quase caindo da cama. Me sento e balanço sua perna...

- Ãm... mãe me deixa dormir mais um pouco, é feriado... - Resmunga.

- Se eu fosse sua mãe não te acordaria com tanta delicadeza se você fosse assim todos os dias. - Digo com a voz embargada de sono e a acerto com uma almofada. - Anda, desliga essa coisa... - A ruiva sem querer derruba seu aparelho no chão antes de escorregar a metade de seu corpo na borda do colchão para o alcançar e finalmente desligar o toque insuportável.
Me aconchego novamente e fecho os olhos.

- São sete da manhã.

- E daí? É feriado. - Respondo.

- Um feriado importante, que tal? - Arregalo os olhos e gritamos juntas: "Hallowen!"

Ela da um pulo da cama jogando os lençóis para cima do colchão antes de fazer um coque bagunçado no cabelo e sair andando pelo meu quarto a procura de seus sapatos.
Apoio os pés no chão gelado ainda sentada sobre o colchão macio tentando expulsar a preguiça.

- Estou tão cansada, não sei nem por onde começar. - Comento e a encaro.

- Pelo menos jogamos fora as garrafas de Vodka antes de ir dormir. - Ela diz me fazendo sorrir. - Se seu pai souber, minha nossa.

- Relaxa, ele não vai ficar sabendo de nada.

- De qualquer forma, essa é minha deixa. - Ela vem até mim e me abraça. Seu corpo impulsiona o meu e caímos abraçadas na cama novamente. - Seu cabelo está cheirando a álcool. - Ela diz após poucos segundos apertando meu corpo.

- Que droga! - Digo. Ela se levanta e se direciona a porta. Pego as pontas e as levo no nariz e percebo que realmente preciso de um banho daqueles.

- Até mais tarde, Pretty Baby. - Diz.

- Até my Little Ginger. - Respondo e ela se retira sorrindo.

Abro os braços e os ergo para cima da minha cabeça me espreguiçando e bocejando.

Sessenta dias de muita coisa envolvida...

Após aquelas semanas de suspensão e meu castigo pelo mesmo motivo, continuei minha mesma rotina... de vez em quando, encarando e assustando Kyler com seu grupinho patético pelos corredores da escola o que pra falar a verdade era bem satisfatório por ver suas caras covardes e mansas; e saber que eles haviam deixado os meninos em paz significava que eles aprenderam a lição.
Yasmine continuava com suas provocações sempre que me encontrava e como sempre, eu revidava, só não quando meu pai ou Alice estava por perto, pois a loira não mostrava sua verdadeira face como antes na frente deles e por isso eles acham que conseguimos nos dar bem, quando na verdade só não quero magoa-los.
Demitri e Lindsey, não tiveram mais nenhum "laço de amor" depois da nossa vibe nos fundos daquela casa abandonada.
Foi o que ela disse pelo menos... talvez aquela ruiva sem vergonha tenha me escondido algo ou talvez, realmente não tenha acontecido nada. E como ela disse foi apenas um beijo, por outro lado, não como Miguel que não obteve nenhum resultado com sua amada Samantha e está sempre na defensiva. Não sei o que ainda espera, percebo olhares de ambas partes e não parece ser como "quero ser só seu amigo".

Bom, eu continuo indo no dojo e tentando entender até hoje o porquê que aquele sensei me leva numa maneira tão estranha. Não sendo ruim, mas... agindo como se já tivesse me visto em algum lugar e hoje tenta descobrir quem sou. Miguel diz que deve ser coisa da minha cabeça e que ele não é assim o tempo todo, eu já discordo.

You are mine - Eli Moskowitz Onde histórias criam vida. Descubra agora