Capítulo Quatorze - You Are Mine

665 50 0
                                    


Davina Petterson 🦋

Os paramédicos tiraram Jersey da ambulância, e a levaram para dentro do hospital apressadamente.
Eu entrei em total desespero.
Alguns enfermeiros me barraram ao me verem tentar passar, dizendo que precisavam de espaço e tempo, pois ela não estava em um estado nem suportável naquele momento.
Eu e Karen nos abraçamos os encarando adentrar a sala de emergência.
O nervosismo tomou conta de mim.
Minutos se passavam e nada de notícias.
Com o coração acelerado e mãos trêmulas começo a caminhar de um lado para o outro.
Karen se sentou em uma das cadeiras no corredor, também preocupada.
Eu torcia para não a perder agora, por mais que também não queria vê-la sofrendo.

"...por favor, viva por mim e não se esqueça que eu te amo muito... irmã..."
As únicas palavras que conseguiu dizer naquela ambulância no caminho para cá, sem ser interrompida pela tosse que expulsava sangue de seus pulmões logo em seguida...
E agora lembrando que não pretendia voltar ao hospital, me dói mais ainda... ela obviamente não gostava daqui.

Meus olhos se encheram de água e meu coração gelava.
Um nó se formava em minha garganta e pensava no que eu faria... meu Deus era tanta angústia e desespero que não enxergava fuga. Ninguém podia fazer nada, e isso era o que me destruía.
Eu queria saber o que acontecia lá dentro...

Um enfermeiro se aproximou ao sair pela porta da emergência o que fez Karen levantar abruptamente. Sua feição não era nada boa...

- Sinto muito... - Bastou apenas aquelas palavras para que Karen desabasse no chão aos prantos... ela entrou num estado de negação assim como eu. Sua voz saía num tom de esforço, em que gritava por Jersey.
Já eu não tive uma reação desesperadora de imediato. Apenas senti o coração mais apertado e a vontade de descontar em algo.
Era uma sensação horrível.

Eu a perdi...
Mas não conseguia acreditar.
O enfermeiro, disse algo, mas estava abalada demais para prestar atenção.
Apenas desviei o olhar embaçado, para a entrada da sala aonde ela estava...  os médicos tentavam reanimá-la, mas não adquiriam resultados.

Senti alguém correr desesperadamente por mim e esbarrar com meu ombro, e só percebo que é Karen, ao acordar do transe com seus gritos...
A mulher chacoalhava a garota bruscamente.

Eu custei acreditar, mas no minuto seguinte eu novamente pensei: ela se foi.
Minha irmã, minha amiga.
Ela morreu...
Aí desabei.
Chorei como se não houvesse amanhã... com lembranças insistentes em minha mente.
//

Dois dias depois...
As últimas quarenta e oito horas, foram obviamente de luto.
Já no dia seguinte da morte de Jess, veio o funeral. Haviam muitos amigos, alguns parentes e um grupo de adolescentes do colégio que fizeram uma homenagem a ela.
Até o imbecil do Math estava lá, prestando condolências à família. Não foi uma situação de incredulidade, óbvio, todos estariam presentes, mas já esperava que ele olhasse nos meus olhos e fingisse que nada aconteceu entre nós. De qualquer forma, agi normalmente como todos.

Após ajudar Karen no recente tempo, era hora de voltar para casa.

Organizei, ajeitei minhas coisas e já estava preparada.
Já eram cinco da tarde e estava quase no pôr do sol... o sol fraco e que substituía o frio insistente.
Passei pelo quarto de Jess e coloquei a mão na maçaneta da porta do cômodo, depois de o analisar mais uma vez, a fechei. Vejo uma foto sua pendurada num porta-retratos na parede... o canto de meus lábios se esticaram brevemente num sorriso triste.
Segui até o fim do corredor.

You are mine - Eli Moskowitz Onde histórias criam vida. Descubra agora