You are mine - Eli Moskowitz

Capítulo Treze - You Are Mine

Davina Petterson 🦋

A primeira vez depois de muito tempo naquela cidade...
Claro que tem um motivo importante de eu ter voltado pra cá.
Estava num frio absurdo e nevando para o lado de Riverside. Alguns raios de sol, tentavam derreter a neve que tomava as ruas e substituir o tempo gelado.
Assopro a fumaça esbranquiçada e arrasto minha mala atravessando a rua até a casa em que eu mais conhecia e mais frequentava dali... 
Toco a campanhia e espero alguém atender a porta.
- Oi querida, você veio. - Dizia Karen ao me abraçar firmemente.

- Eu não podia deixar de vir, vocês são muito importantes pra mim. Como ela está? - Nos afastamos.

- Ela não está nada bem. Ela parecia estar se recuperando, mas ontem de tarde... - Abaixo a cabeça tentando segurar o choro. - Eu não sei mais o que fazer. - Sua voz sai embargada. - Venha, entre vamos conversar melhor lá dentro. Está frio.

- Sim, claro. - Pego a mala a levantando para subir os degraus da porta e finalmente entrar.
O lugar não mudou nada.
Karen me leva pelas escadas até o quarto de hóspedes aonde deixo minha mala.
Ela encarava o quarto de Jersey com pesar no olhar e logo invade o cômodo. A sigo.
Era o mesmo lugar em que fazíamos bagunça e brincávamos como malucas por horas. Era uma boa época...

- É maligno. Começou do nada, mas no diagnóstico, já havia passado do tempo de cura. Não acho que ela vá se recuperar. É difícil pra mim olhar pra ela e lembrar do quão ela era saudável... - Em minha garganta se forma um nó dolorido na tentativa de segurar a dor que insistia em se esvair como lágrimas. - e mesmo com todas essas preocupações e problemas, ela não deixa uma lágrima transbordar. Acho que sinto tanta falta de vocês duas gargalhando dentro desse quarto e unidas, quanto vocês. - Nos encaramos. - Ela me contou o que vocês duas passaram, mas acredite Davina, ela não quis isso, e se arrepende. Não foi culpa de nenhuma de vocês...

- Eu a perdoo, Karen. Mas você está errada, a culpa é dividida entre nós duas, mas não convém falar sobre isso agora tudo bem?
Ela afirma.

{•••}

O resto da tarde foi desanimadora e deprimida. Eu estava pálida, parecia estar desidratada, bem eu devo ter perdido pelo menos uns quarenta quilos de lágrimas hoje, só por saber que não podia vê-la e apenas alimentar as lembranças de nós duas.
Karen disse que como Jess estava internada, foi obrigada a voltar pra casa essa manhã. Jersey precisava "descansar" e se recompor de comprimidos novamente.
Eu sinceramente estava com muito medo e sentia um desespero, uma angústia fatal no peito. Era como se já tivesse a perdido...

E bem... minha escolha de esconder uma melhor amiga dos meus mais novos amigos, não me deixou numa situação de razão... por mais que não seja isso o importante agora. Mas não achei que fosse tão importante, porém, acho que para Lindsey, pode ter sido.
Eli já soube, depois de ontem chorando horrores o resto da noite, consegui contar a ele...

"Como você está?"
Pergunta do outro lado da linha.

"Não estou bem na verdade."
Suspiro esfregando os olhos.
"Me sinto... culpada e nostálgica... não sei se é possível sentir uma mistura assim, mas..."

"Eu sinto muito por isso que está acontecendo."
Diz.
"Quero que saiba que estou com você em qualquer circunstância."

"Obrigada."
Abro um sorriso com o conforto que o garoto me passa.

"Já a viu?"

"Pretendo ir amanhã. Como está internada e tomando alguns medicamentos e soros, não permitem visitas."
Solto um suspiro pesado torcendo minha expressão automaticamente.
"... a mãe dela disse que ela não tem mais chance de cura... e ainda não caiu a ficha..."
Minha voz sai aguda quando começo a chorar. Eli permanecia em silêncio me ouvindo desabafar por mais que não fosse suficiente.
"Éramos tão próximas, melhores amigas e de repente... eu não consigo acreditar que ela pode me deixar..."