Capítulo 1 - Quem tem Philia tem tudo

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Sejam gentis nos comentários e boa leitura!

😊😊😊😊😊😊😊


Como eu já disse a Philautia me salvou. Sim, um grande processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal me fizeram ter uma relação mais saudável comigo mesma. Obvio, depois de um pequeno trauma eu surtei. Dei uma piradinha, coisa pouca, nada demais. Só que depois desse surto, algumas tatuagens, dois piercings e muito sexo eu não tinha mais muito amor a minha vida. Eu só queria esquecer. Só queria me sentir bem. Ou sentir alguma coisa além do vazio. Então eles me ajudaram. Todo esse grupinho esquisito me ajudou e Amália do meu lado eu sobrevivi.

Philia do grego significa amizade. Não é um amor passageiro, é algo duradouro, concreto. Um tipo de amor profundo com conexões poderosas. Foi esse amor que me salvou quando eu precisei e foi esse amor que sustentou o grupinho até hoje.

Não gosto de falar dos meus traumas, por incrível que pareça, mas, esse em específico me deixou marcas muito profundas e mudou completamente minha vida. Se não fosse por meus amigos, acredito que não estaria aqui hoje para contar história. Inclusive por conta de toda essa cooperação que existe entre nós que compartilhamos não só nossas vidas como também sonhos. Um deles se chama Tailândia.

Para ser sincera esse pequeno sonho começou comigo e Amália. Somos completamente obcecadas por dramas tailandeses. Ok, me julguem, mas não só as series e filmes são incríveis como também o desenvolvimento que está havendo com os conteúdos audiovisuais lgbt+ vindos da Tailândia. Sério, são muito bons. Por causa disso nós obviamente começamos a pesquisar sobre a cultura tailandesa e só nos apaixonamos mais. Os festivais, eventos, lugares, ilhas, comidas, pessoas, feiras... tudo parece incrível. Então logo quando começamos a morar juntas guardamos dinheiro para fazer uma viagem a Tailândia.

Logo depois fizemos amizade com Apolo e Pablo. Bom, eles praticam e também gostam da cultura e filosofia tailandesa. Então começamos algo juntos. Eles amam lutar, inclusive assistir os treinos dos dois é sempre satisfatório. Sério, as vezes a gente pega uma sala vazia da faculdade ou o terraço vazio para beber, conversar e ver eles lutando. Nas festas acontece bastante também.

Marsha é o maior motivo pelo qual a gente simplesmente não pode desistir desse sonho. Ela entrou no grupinho por último, apesar de ter entrado no curso junto conosco. Ela frequentava pouco e tinha muito medo. Depois de um tempo nós soubemos. No curso de Direito em que cursava anteriormente ela usava o nome de registro e seu processo de transição começou enquanto estava lá. Foi difícil e quando se mudou para Relações Internacionais ela teve medo. Medo de ser rejeitada como antes. Então quando vimos que esse era o maior problema eu tentei me aproximar. Depois da aula eu disse:

- Hey, moça. Hey você!

- Está falando comigo? – Ela perguntou confusa

- Sim, ué! Com quem mais?

- O que você quer? – Disse ríspida

- Calma... eu só queria saber se você vai almoçar na faculdade. Eu vejo sempre você sozinha. Pensei, como somos novatas poderíamos fazer amizade.

- Não sou novata. Eu era de Direito mas... bom, aquele curso não é pra mim. Talvez esse também não seja. – Disse num tom triste, abaixando a cabeça

- Oxe, por que diz isso? Claro que é. Você é super inteligente e definitivamente tem muita diplomacia para não mandar Guilherme tomar no cu toda vez em que abre a boca, por que olha... – Ela riu junto comigo e percebi um pouco menos tensa

Em busca de ÁgapeOnde histórias criam vida. Descubra agora