Capítulo 9,5 - A falta de Eros

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Oi, tudo bem com vocês?

Esse capítulo será narrado por Apollo. Ele é um extra, mas é bastante importante para entender algumas coisas da história. Vocês vão conhecer o que se passa na cabeça da pessoa mais fechada desse grupo.

Aproveitem!

Sejam gentis nos comentários e boa leitura!

😊😊😊😊😊😊😊


Narrado por Apolo

Eu odeio pessoas!

Sério! Eu odeio a humanidade e sinceramente o apocalipse a cada dia que passa deixa de ser um medo e se torna cada vez mais uma esperança.

Não acho que a vida é uma merda, mas definitivamente o mundo seria um lugar melhor se os humanos não habitassem aqui. Claro que eu tenho esperança nas poucas pessoas que valem a pena conviver e escolher Relações internacionais demonstra que eu realmente acredito na diplomacia.

Contato físico também está na lista de coisas que eu não aprecio muito e a minha falta de habilidade com comunicação social contribuem para que as pessoas fiquem longe. Existem exceções como meus amigos, meus pais e o inevitável contato físico no Muay Thai. Inclusive foi na academia que eu conheci Pablo e nos tornamos amigos. Ele é a pessoa na qual eu tenho maior e por mais tempo contato físico. Até por que moramos juntos e frequentemente treinamos.

Não sou bom demonstrando afeto, mas acredito que as poucas pessoas que mantenho por perto entendem minha maneira de ser e sabem que apesar de tudo eu gosto delas. Helena tem uma habilidade incrível de perceber pequenas mudanças, principalmente de quem ela conhece a muito tempo e ela é direta. Eu gosto disso. Sem enrolação. Ela sabe que há algo de errado e diz. Respeita seu espaço, mas demonstra sua insatisfação quando prefere mantê-la longe.

Mas definitivamente ninguém me entende melhor que Pablo. Ele é meu melhor amigo e não vejo pessoa mais parecida comigo do que ele. Ele não tem as mesmas habilidades sociais que Helena, mas ele reconhece qualquer traço de mudança em mim por que somos iguais. Ele sabe quando estou triste, feliz, chateado e não precisamos de muitas palavras para nos comunicar. Tudo com ele é mais fácil. É orgânico.

Sentimentos é uma coisa que levamos muito a sério. Na verdade, nosso grupo inteiro leva. Por isso sempre marcamos reuniões para contarmos as novidades e falar sobre o que está acontecendo na vida um do outro, para que sempre que houver conflitos eles possam ser resolvidos e nossa amizade preservada.

Sentimentos são importantes e eu tenho consciência disso, contudo existe alguns sentimentos que eu nunca experimentei. Eu não sei o que é estar apaixonado, por exemplo. É engraçado por que eu já vi minha amiga ir do céu ao inferno por causa desse sentimento, mas eu nunca senti. Sei lá. Nunca aconteceu. E é estranho por que aparentemente pessoas da minha idade são bastante propícias a se apaixonar.

Pior, eu nunca sentir o que eu acho que pode ser definido como tesão. Tesão? Essa seria a palavra? Não sei. Atração sexual. Talvez... Ninguém. Nunca. Eu já beijei algumas meninas e um menino uma vez (que Helena não me ouça), mas não senti nada. Nada de mais eu acho. Talvez o problema seja eu. Ou essa coisa de paixão só é supervalorizada e é um bando de gente fingindo ser feliz.

Não, não. É real. Eu já vi Helena ser a pessoa mais feliz desse mundo e depois se afundar em tristeza por causa disso. Deve ser real. Só nunca tive a sorte... Eu acho. Sentimentos e pessoas são complicados.

Porém, com Pablo eu nunca precisei falar sobre sentimentos diretamente. Ele me entende por olhar. E eu não preciso de palavras para ser confortado. Ele não precisa de palavras para me entender. Se um dia eu me apaixonar por alguém, quero que seja alguém como ele. Talvez... ele mesmo. Apesar da brincadeira que Helena faz conosco, eu realmente sinto inveja das pessoas que sentem isso. Deve ser muito legal, intenso está apaixonado. Eu daria qualquer coisa para me apaixonar por alguém como Pablo. Se eu sentisse alguma coisa eu faria de tudo para dar certo com ele.

Em busca de ÁgapeOnde histórias criam vida. Descubra agora