Sentia o sangue ferver por debaixo da minha pele. Eram raras as vezes que eu conseguia na verdade conter-me.
As minhas mãos suportavam o peso do meu corpo em cima de uma cómoda que me dava um pouco acima da cintura. À minha frente um espelho de tamanho médio refletia um homem desequilibrado e extremamente irado.
O meu cabelo escuro parecia ligeiramente despenteado, acrescentando que os meus olhos claros e esverdeados encontravam-se escuros e carregados de raiva.
Um outro reflexo destacava-se no espelho. Uma mulher de cabelo ruivo e encaracolado estava de costas para mim. Uma saia formal, porém curta, faziam sobressair as suas curvas e o seu traseiro.
- Quem era ele?
A minha pergunta saíra num ápice, como se já nem tivesse controlo daquilo que eu próprio dizia.
- Por amor de Deus, é um colega de trabalho Jack!
Só de saber que trabalhavam juntos foi motivo para me deixar ainda mais exaltado.
Virei-me para ela e deparei-me com os seus olhos desta vez postos em mim. Ela estava estupefata.
- Colega de trabalho? - Perguntei cerrando os dentes - Estavas-lhe a dar o teu número porquê?
Um riso abafado e incrédulo mostrava o quanto ela achava esta conversa surreal.
- A sério? - Perguntara-me não tirando os seus olhos dos meus - Pensa um bocadinho, usa a tua cabeça Jack! Ele precisa do meu contacto! Amanhã vou ter que tratar de um processo com ele, como raio haveria de o contactar?
A passo acelerado aproximei-me dela, na minha cabeça aquilo não era desculpa e saber que ela iria estar com ele amanhã era como receber um tratamento de choques.
Assim que Karen se apercebeu da minha exaltação precoce, esta automaticamente virou a cara para o lado com o objetivo de não me encarar.
Encostada à parede, a mulher de cabelos avermelhados parecia uma presa encurralada pelo seu devido predador.
A minha mão agarrou firmemente o seu pescoço delicado e a minha boca encostou-se ao seu ouvido.
- Tu não vais estar com ele.
A minha respiração parecia de certa forma ofegante e o cheiro doce do seu perfume provocou uma certa ansia na minha disposição.
- Jack... - pronunciara Karen o meu nome baixinho - Percebe que é importante falar com ele, nós partilhamos um processo juntos, temos que discutir ideias, temos que...
- Não têm que discutir rigorosamente nada! - Sem me aperceber já me encontrava a elevar o meu tom de voz - Tu nem precisas de trabalhar se quer. Essa merda a que se chama de orgulho feminino é que te obriga a fazeres o que fazes.
Se antes as minhas mãos apoiavam o meu corpo através da cómoda, agora suportavam-no utilizando a parede. Entre os meus braços posicionava-se Karen.
Por muito insignificante que a situação fosse, por mais que eu soubesse que a companhia deste homem não significaria nada para ela, por alguma razão a minha mente tinha sempre que associar tudo isto a perigo.
Presumo que seja uma necessidade de violência, agressividade. Sim, eu tenho essa necessidade e como já mencionei anteriormente é cada vez mais complicado de a conter.
- Não interessa o quanto tu ganhas, quantas casas temos Jack, porque eu sei que temos mais que muita gente, eu sei. - informou-me - Mas eu gosto do que faço, gosto de me sentir útil em alguma coisa, gosto de saber que pelo menos consigo sustentar-me e ajudar em certas situações.
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Apenas Minha
ChickLitPLÁGIO É CRIME. NÃO COPIE. MAIORES DE 18. Jack é um homem atraente, possessivo e extremamente descontrolado. Atraído pela violência e loucamente obsecado pela sua mulher, este faz do seu casamento uma relação suportada pelo medo e poder. A sua desco...