♦ Capítulo 2: Uma carta inesperada ♦

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Um sol intenso iluminava as ruas de lisboa, aquecendo e fazendo com que as pessoas andassem ligeiramente menos vestidas. Sempre fui um homem extremamente ligado ao exercício físico, por isso caminhar já fazia parte da minha lista de gostos pessoais, contudo desta vez não caminhava apenas por caminhar, mas sim porque estava prestes a entrar no mesmo centro comercial que Karen.

A minha mente matutara tanto que acabara por ceder e estava precisamente a quebrar o resto da barreira de confiança, se é que ela ainda existe, entre mim e a minha mulher.

Era mais do que certo que Karen não fazia a menor ideia de que eu iria frequentar o mesmo lugar que ela dentro de poucos minutos.Esperara cautelosamente que a minha esposa entrasse primeiro do que eu, com isso por esta altura já deveria de estar a fazer o pedido do seu almoço juntamente com o otário que infelizmente a acompanhava.

Calmamente subi os degraus de pedra que se encontravam a uns vinte metros da respetiva entrada do centro comercial. Em poucos segundos as portas automáticas, que dariam logo acesso à restauração, abriram-se para que eu pudesse então entrar.

Ainda de óculos de sol caminhei mais uns quantos metros, até finalmente os puxar para cima. Não queria ficar muito tempo parado, visto que correria mais riscos de Karen reparar em mim e como tal procurei um restaurante que me agradasse.

Comer em centros comerciais nunca fora de facto o meu estilo, contudo neste momento era-me indiferente. Cautelosa e atentamente observei de forma a escolher onde iria efetuar o meu pedido, acabando por escolher um restaurante onde vendiam bitoques com bife de Alcatra, este parecia minimamente razoável.

A fila na verdade não era extensa, o que facilitava alguma coisa. As pessoas preferiam estragarem-se com Hambúrgueres e molhos em exagero, nada contra, até mesmo eu gosto, no entanto tento evitar atirar para a boca esse tipo de comer.

Discretamente tentei procurar por Karen, mas entretanto chegara a minha vez de pedir e tornei a olhar para a frente.Uma bonita rapariga, sem dúvidas mais nova do que eu, encontrava-se na caixa a atender os clientes. Um pequeno sorriso surgiu no seu rosto depois de me dizer "Boa Tarde, qual é o seu pedido?". 

O seu sorriso foi um estímulo para a minha boa educação, por essa razão retribuí o sorriso fazendo o meu pedido logo de seguida.

- Um Bitoque de bife de Alcatra, se faz favor.

- Tem direito a três acompanhamentos, quais deseja?

Poderia ser eventualmente impressão minha, porém a forma como a rapariga olhava sugeria que estava interessada.

- Salada, arroz e batatas fritas.

- E para beber?

- Uma imperial, por favor.

Senti o meu telemóvel vibrar no bolso do meu casaco. Hoje trazia uma roupa bastante confortável, Jeans escuras, camisola azul escura, justa com um decote em V, vestida de forma a ficar para dentro das calças. Calçava uns sapatos pretos um pouco mais formais que o resto da roupa e vestia um casaco igualmente preto de cabedal. 

Apressadamente retirei a minha carteira de cabedal do bolso de trás das minhas Jeans retirando da mesma uma das inúmeras notas que nela continha.

Entreguei uma nota de vinte euros à rapariga e uma vez mais esta deixou escapar um sorriso, seguidamente inserindo o valor na máquina à sua frente para depois dar-me o respectivo troco.

- Obrigado – Agradeci recolhendo uma nota de dez e algumas moedas.

- De nada – Retorquiu a atendente – Pode retirar um tabuleiro e os talheres.

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