▼ Capítulo 4: Não cometas nenhuma loucura ▼

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  • Dedicado a Nídia
                                    

Não tinha a certeza do que estava a fazer, contudo encontrava-me no jardim da casa de Frank, irmão de Karen.

Uma mesa disposta no meio desse mesmo jardim, estava incrivelmente bem decorada e extremamente cheia de comida e bebidas, com um enorme grupo de pessoas a rodeá-la sentados ao sol.

A conversa parecia interessante e todos se riam e conversavam entre si, o problema surgiu quando me ouviram a encostar a porta de correr e todos olharam para trás, ou seja, para mim.

Eram de certa forma olhares surpreendidos, incrédulos, curiosos e sem dúvida nenhuma o de Karen era de desilusão, mas imediatamente passou para um olhar enraivecido. Esta levantou-se e caminhava a passo acelerado e irado na minha direção.

- Seu cabrão! - Insultou-me, pregando-me um valente estalo na cara.

A minha mulher nunca me tinha batido e assim que senti a sua mão a embater na minha face, fico paralisado e completamente em estado choque a olhar para ela.

Segundos depois, senti as minhas veias em chamas, a minha respiração começou a acelerar e a minha raiva, de certeza que transparecia através da minha expressão facial.

- Tu fazes ideia do quão preocupada estava ontem?! - Perguntou-me gritando, procurando despertar a minha sensibilidade, contudo, os seus gritos unicamente estavam a fazer-me sentir ainda mais enraivecido - Não dormi rigorosamente nada! Julguei que te tivesse acontecido alguma coisa!

Não podia fazer nada, não aqui, não em frente da família dela e por essa razão olhei para o chão, tentando acalmar-me. O problema é que eu simplesmente não tinha vontade de me acalmar, mas sim de lhe castigar, de lhe fazer implorar para parar.

- Já vi que não te aconteceu nada, pelo contrário... acho que andaste a divertir-te bastante - Dissera Karen olhando para mim de cima a baixo. Esta com uma força exagerada puxa-me o queixo para cima, de forma a fazer-me olhar para ela - Olha para mim seu merdas!

O seu insulto e o facto de me ter puxado a cara daquela maneira tinha sido certamente a última gota de água. Bati com a garrafa no pilar atrás de mim, quebrando-a e despejando por todo o lado a pouca quantidade de vodka que ainda não tinha bebido.

Tinha certamente perdido a cabeça uma vez mais.

- Calma! Calma! - Gritava Luke, o primo mais velho de Karen. A minha mulher rapidamente afastara-se de mim, procurando manter-se a uma distância segura. Porém, era certo que eu não iria manter essa distância entre nós e por isso automaticamente comecei-me a aproximar dela.

- Jack, mete isso no chão meu! - Era a vez de Frank falar, tanto ele, como Luke e mais dois familiares de Karen caminhavam preocupados e destinados a fazerem parar a minha insanidade e loucura.

Olhei de relance para eles e logo a seguir para Karen, o seu olhar assustado de certo modo excitava-me, por essa razão deixei escapar um sorriso de pleno prazer. Queria fazer de tudo para que esse seu olhar prolongasse, mas quando dei por mim já estava encostado às portadas verdes que de noite protegiam e tapavam a enorme porta de vidro de correr.

A garrafa já tinha sido tirada da minha mão e Frank pregara-me um forte murro na cara, acertando-me tanto no queixo como num dos lábios, se não treinasse com regularidade esse mesmo murro ter-me-ia ferido gravemente

- Não resistas Jack! - Tornara Luke a gritar - Já chega!

Acabei por desistir e no momento em que os homens que me agarravam fortemente se aperceberam disso, conduziram-me com alguma rapidez até ao piso de cima.

- Foste longe demais - Frank estava seriamente revoltado comigo, tinha as suas razões e eu jamais poderia discordar delas. Eu tenho consciência deste meu grave problema em relação à impulsividade e... enfim, nem sempre consigo manter-me de cabeça fria.

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