➊ Capítulo 14: Duas escolhas ➋

5K 298 24
                                    

Lentamente comecei por abrir os meus olhos e logo de seguida senti uma pontada de dor no cimo da minha cabeça, fazendo-me levar de imediato a mão ao preciso local.

A claridade neste espaço era pouca, contudo ainda assim fazia-me ter dificuldades em manter os olhos abertos.

Não sabia onde estava, apenas sabia que o calor era de tal forma intenso, que respirar era uma tarefa complicada.

Encontrava-me sentado numa cadeira de metal, não estava amarrado e nada mais havia neste salão escuro, apenas eu, duas janelas que deixavam passar a claridade do luar, uma porta grande e metálica e um candeeiro com uma luz amarela extremamente fraca que de vez em quando piscava.

Uma vez mais vasculhei a sala, olhando atentamente e foi então que reparei que uma câmera no canto superior esquerdo filmava-me e dirigia-se a mim.

Imediatamente percebi que a porta metálica era automática quando vindo da mesma saiu um barulho mecanizado, fazendo com que esta deslizasse para o seu lado esquerdo. Alguém realmente me observava do outro lado, visto que fora exatamente no preciso momento em que me deparei com a câmera que a devida porta abriu-se.

Parecia-me que já não ir-me-ia encontrar neste espaço sozinho, visto que três homens engravatados e de armas na mão entraram.

A minha preocupação saltara coração fora quando finalmente pensei em Jasmine. Onde é que ela estava?!

Por de trás desses mesmos homens que eventualmente entraram, um outro homem surgiu. A sua cara não me era estranha.

- Não me reconheces Jack?

A minha cabeça parecia rever e rever os momentos da minha vida à procura da imagem deste homem, mas nada. Se eu o realmente conheço já não me lembro quem é.

O seu cabelo era ligeiramente mais claro que o meu e os seus olhos mais escuros, para além disso, este envergava um fato cinzento. Só então depois reparei no anel de herança que este usava, era exatamente igual ao meu. Unicamente existam três anéis com este formato, o meu, o do meu pai e um que eventualmente seria para o meu irmão mais novo.

- Onde é que encontraste esse anel?

Um pequeno sorriso surgiu no rosto do homem, o que me fez prender a um só e único pensamento, porém jamais poderia acreditar.

- Zac? – Não. Não podia ser ele.

Ele estava completamente diferente, o que é perfeitamente normal e óbvio, visto que já não o via há muitos anos. Quando a minha mãe morreu, eu não consegui lidar com a situação e acabei por deixar o meu irmão, é mais do que certo que é uma das coisas das quais mais me arrependo na vida.

- Saudades? – Ironizou o homem à minha frente. Sabia que ele odiava-me, na verdade, acho que toda a gente deveria de me odiar – Sabes... Eu admirava-te, aliás, eu até sentia alguma inveja tua. Sempre foste o queridinho da mamã.

- Eu apanhava porrada para te defender – acrescentei ainda sentado.

- Tu és igual a ele – comentou acusando-me da pior forma – A nossa mãe morreu e o que é que tu fizeste? Abandonaste-me.

- Eu era apenas uma criança, como é que eu iria tomar conta de outra criança Zac?

Um suspiro longo e pesado escapara dos seus lábios, o meu irmão sempre fora melhor do que eu a conter a sua ira, no entanto tempo passara e eu já não o conhecia.

- Será que também vais abandonar a tua amiga? – Questionou Zac logo de seguida. O seu tom era certamente maldoso, alguma coisa de muito grave se passava. Será tudo isto mais uma vingança? Por quê tudo agora? Estará ele associado a Emma?

Apenas MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora