☢ Capítulo 8: Provocações ☢

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Era mais do que certo que tinha passado a noite completamente em branco, contudo perdido nos meus pensamentos, consegui meter na cabeça que tinha que mudar ou tentar pelo menos.

Iria custar-me a vida, porém, a minha mulher era mais importante do que o meu ego e o meu orgulho e por essa mesma razão, tinha que fazer isto por nós, por mim e por ela.

No momento em que preparava-me para acender um cigarro, alguém bate à porta do meu escritório.

-       Entre – Retorqui num tom autoritário, dando autorização a quem quer que fosse para entrar.

-       Doutor – Pelo tom suave e melódico, percebi de imediato que era Grace, até porque o seu jovem rosto e o seu loiro cabelo destacaram-se assim que esta abriu a porta e espreitou – Peço desculpa por lhe estar a incomodar, mas tornaram a ligar da Hisphere e queriam saber se o Doutor sempre tinha lido os termos do acordo.

Passei a minha mão pelo cabelo. Neste momento, negócios eram o o menor dos meus problemas, todavia era a única coisa talvez capaz de me distrair, visto que não há nada que eu possa fazer agora para salvar a minha relação, a minha mulher simplesmente não me quer ver.

-       Ligue e diga-lhes que infelizmente tive algumas complicações, mas que rapidamente lhes darei uma resposta.

A leal mulher assentiu e com um sorriso amável saiu do escritório, fechando a porta calmamente.

Uma vez mais perdido nos meus próprios pensamentos, assustei-me quando de repente o telemóvel começa a tocar.

Num ressalto agarro no telemóvel e instantaneamente atendo, esquecendo-me por completo de verificar quem me ligava.

-       Jack Miller.

-       Filho...

Quase deixei cair o telemóvel assim que ouvi a voz do meu pai no outro lado da linha. O que é que ele queria? Por que raio estava ele a ligar-me?

-       O que é que tu queres? – o tom da minha voz saíra incrivelmente arrogante.

-       Preciso de te ver – respondera ele esperançoso e de certo modo serenamente.

-       E eu preciso que apodreças na prisão – preparava-me para desligar a chamada, contudo o homem insistiu:

-       Espera! – gritou este – É importante Jack. Hoje é dia de visitas, das quatro horas às cinco, aparece por favor.

A minha vontade de atirar o aparelho contra a parede era extremamente avassaladora que por pouco não o fiz.

-       É importante – acrescentou uma vez mais.

-       Achas que quero olhar para a merda da tua cara? Hã?

Alguns segundos de silêncio se seguiram, no entanto ouvi a voz do outro lado falar:

-       Acredito que não, mas tenho algo aqui para ti.

Uma questão surgiu de relance e apressei-me a perguntá-la.

-       Como é que conseguiste o meu número?

Um riso de prazer surgiu  vindo do telemóvel.

-       Aparece e eu explico-te tudo filho – como é que este homem tinha a lata de me telefonar? Como?

Enervado dou um pulo da cadeira, levantando-me quando este desliga a ligação na minha cara.

A mão onde o telemóvel se encontrava começou repentinamente a escaldar e a ferver de raiva, o que me fez acabar por atirar o aparelho contra a parede com uma força desigual.

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