Passou um tempo desde que eu e Shouta ficamos juntos e resolvemos seguir em um relacionamento. Eu já tinha esquecido o que é estar em plena felicidade durante todos esses anos sozinha, mas ser oficialmente a namorada desse professor rabugento trouxe uma emoção diferente pra minha vida. Este não é um relacionamento comum; Shouta e eu mal nos vemos durantes as semanas, por causa dos nossos trabalhos divergentes. Ele costuma dar aulas durante o dia na UA, e de noite sabe-se lá de onde ele tira forças para patrulhar até altas horas da madrugada.
Ser professor de uma turma tão complicada é bem pesado. Fazer aulas, corrigir trabalhos, dar notas... Nas vezes que eu pensei em lecionar na faculdade me lembro das dificuldades de Shouta em administrar sua turma.
E ainda tinha o trabalho de herói. Como Shouta passa maior parte do dia na UA, só restas as noites para ele patrulhar, o que significa que ele costuma ficar até altas horas da madrugada caçando bandidos por aí.
É por isso que ele sempre anda exausto, porque dá o melhor de si para a sociedade – nunca pedindo nada em troca, nunca reclamando. Isso o torna diferente dos outros heróis que costumam entrar nessa vida por fama e dinheiro. Nada disso parece relevante pro moreno, e isso só o torna mais atraente.
Eu sigo no meu trabalho de psicóloga, e venho juntado material de pesquisa para lançar um artigo, não só de clínica vive essa mulher. Minha vida profissional anda meio parada ultimamente. Eu tive muito trabalho com as crianças daqui...
Rodeio a extensão da UA, é uma nova manhã ensolarada e eu pretendo tomar um belo gole de café antes de iniciar meu trabalho. Shouta não responde minhas mensagens desde ontem a noite. Minhas preocupações sobre o modo de vida dele são bem maiores, mas acho que discutir isso tendo menos de um mês juntos não é uma boa ideia.
Entro no refeitório, e a cena da qual já estou habituada me aparece: Aizawa dentro de seu saco de dormir amarelo berrante ao canto da sala. Ele dorme profundamente e não percebeu minha presença. Sigo de mansidão até ele, que respira calmo em seu sono.
Só nos dois na sala me permito ser mais afetuosa, mesmo que eu suspeite que Mic e Nemuri já saibam o que está rolando. Eles não são idiotas, mas duvido que venham perguntar sem provas.
Tiro uma mecha de cabelo do seu rosto, beijando a sua testa. Ele acorda surpreso, mas seu sorriso preguiçoso logo aparece.
— Bom dia bela adormecida. É hora de acordar.
Aizawa sai devagar do saco de dormir. Me dirijo até a cafeteira, ansiando pela bebida amarga.
Ele se senta na mesa próxima, ainda tentando despertar. O cheiro do café invade o ambiente, e o professor respira fundo, como se o perfume da iguaria trouxesse sua alma de volta pro corpo.
Me aproximo compartilhando uma xicara.
— Sabe, eu não quero ser chata, mas quantas horas você dormiu hoje?
— Hum. Umas quatro, cinco horas talvez.
— Eu me preocupo com você, Aizawa. Dormir tão poucas horas não faz bem.
— Eu preciso fazer as patrulhas.
— E eu preciso que você esteja bem.
Pego uma de suas mãos e aperto, tentando transmitir minha preocupação. Ele entrelaça suas mãos nas minhas.
— Tá tudo bem. Eu faço isso a anos.
— E quantos anos pretende viver continuando assim?
Ele me encara com o olhar duro. Eu encaro de volta.
— Ok, você ganhou. – Ele diz me puxando pra perto. — Isso vai ter um preço.
— Que..
Ele me puxa pra perto, me beijando lentamente. Consigo sentir suas mãos envolta da minha cintura, e eu entrelaço minhas mãos no seu pescoço. Eu sei que dificilmente Aizawa iria demonstrar alguma proximidade nossa na UA. E é por isso que eu amo esses momentos aleatórios. Estar com ele é uma sensação única que nenhuma outra coisa consegue me dar.
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Love Soul - Aizawa Shouta
RomanceO diretor Nezu, preocupado com a saúde mental de seus alunos após o estressante ataque de vilões a UA, decide pedir reforço. June Masami, uma brilhante psicóloga com histórico impecável é contratada para ajudar. Inteligente e introvertida, ela logo...