Capítulo 8

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A luz tímida do raiar da manhã clareia meu quarto. Adormeci muito cedo, cansada de lutar contras as dores causadas pelo meu próprio corpo. Observo o relógio, e noto que ainda são 6:47. Cedo demais, eu suspiro. Me reviro na cama, me escondendo da claridade, em busca de mais um pouco de descanso. Imagens de Shouta me trazendo ao apartamento, sendo gentil e preocupado invadem meus pensamentos e eu sinto meu coração turbilhar. O beijo terno que ele me deu é o suficiente para uma onde de paz invadir meu corpo.

O frio acolhedor me aconchega e eu sinto meus olhos pesarem de sono novamente. Quase me entregando a Morfeu mais uma vez quando ouço a porta bater.

*Toc toc*

Por um momento acho que isso é só um engano. Eu mergulho nas cobertas na esperança de tentar dormir de novo.

*Toc toc*

Quem quer que seja essa hora deve estar impaciente. Resmungando eu me dirijo até a porta.

*Toc toc*

— Calma, já estou indo!

Destrancando a porta, revelando figura do moreno. Ele está parado, calmo, mas seu rosto revela que ele teve uma noite mal dormida, com poucas horas de sono. Que homem lindo, meu Deus.

— Você é muito dorminhoca.

— Veio na minha casa as 7h da manhã para ser irônico comigo? Abro espaço sinalizando a ele para entrar.

— Na verdade não. Eu preciso conversar com você. Shouta diz serenamente pra mim. Ele se senta no sofá, e eu choramingo;

— Bom, se é sério mesmo pelo menos me deixe tomar café.

Aizawa assente. Me dirijo até a cozinha que nada mais é do que um espaço a parte na minha minúscula casa. Meu nervosismo aumenta pois não sei o que vai ser dessa conversa. Aizawa pode ser muito contraído e reservado, mas suas ações são misteriosas e imprevisíveis. Sua presença é tão marcante pra mim que eu me sinto errante. Minha vontade é de me jogar nos braços dele e beijar sua boca.

— Onde está aquela gatinha fofa?

Rio baixinho com o súbito interesse. Ele me tira dos meus pensamentos. Eu acho fofo que ele seja tão apaixonado por gatos.

— Você veio me ver ou veio ver a minha Bandit? A cafeteira faz seu trabalho, esquentando o café que invade o ambiente deixando seu frescor.

— A gata, é claro. Ele diz rindo, com sua fala cheia de ambiguidade.

— Ela está na caminha dela, tranquila, lá no meu quarto.

A cafeteira sinaliza que terminou sua tarefa e eu me dirijo até Shouta com duas xícaras de café fresco.

Me sento ao lado dele no pequeno sofá. Inspiro o cheiro da cafeína mas tudo que me vem é o perfume daquele homem.

O moreno inspira forte, como se tivesse tentado encontrar palavras. Ou coragem.

— O que você ia me dizer?

Ele toma um gole da bebida amarga e eu posso jurar que vi suas bochechas brancas ficarem marcadas de um vermelho tímido.

— Eu... June. Esses últimos tempos, em especial esses últimos dias foram... Ah... Eu agi de uma maneira que nunca aconteceu antes.

Posso ver em seus olhos cansados a sua sinceridade. Ele está fora da sua zona de conforto e eu sou a culpada por isso. Eu sinto meu corpo todo ferver de emoção e um sorriso toma conta dos meus lábios e se recusa usa a sair.

Love Soul - Aizawa ShoutaOnde histórias criam vida. Descubra agora