| 𝑷𝒆𝒓𝒔𝒆𝒑𝒉𝒐𝒏𝒆 - 𝑬𝒎𝒎𝒆𝒕𝒕 𝑴𝒄𝑪𝒂𝒓𝒕𝒚 𝑪𝒖𝒍𝒍𝒆𝒏 |
Perfeição [subs.fem]
Excelência;
Perfeição caracteriza um ser ideal que reúne todas as qualidades e não tem nenhum defeito, e designa uma circunstância que não possa ser melhorada...
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O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo.
— Clarice Lispector
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Segunda-feira, o primeiro e mais longo dia da semana.
No automático, fiz o mesmo de toda manhã: peguei um copo de água na cozinha, voltei para o quarto e tomei meus remédios.
Olhei para o relógio, ainda tinha uma hora e meia até que meu melhor amigo, Bennedict, viesse me buscar para irmos juntos a escola. Benny era meu melhor amigo desde que ambos tínhamos 7 anos, e nossos pais nos apresentaram em uma confraternização das três potências militares — aeronáutica, marinha e exército. O pai de Bennedict trabalhava com a parte investigativa da marinha, o que fazia meu amigo passar pelo mesmo que eu: a eminente inscrição para alguma base naval.
Ambos queríamos algo bem diferente disso.
Troquei de roupa sem realmente prestar atenção no que fazia, prendendo meus cabelos e colocando os fones de ouvido. Naquele horário da manhã, haviam poucas pessoas na rua, e eu poderia correr por onde bem entendesse.
O que, geralmente, significava a floresta.
Era extremamente confortável correr pela floresta de Forks naquele horário, o dia mal começara, e tudo parecia parado no tempo, como se apenas eu me movesse, e o resto continuasse congelado. Isso me ajudava a pensar.
Era o único momento em que não haviam preocupações, e eu poderia deixar minha criatividade fluir para o livro que estava escrevendo. Estava escrevendo um livro e, quando terminasse o ensino médio, eu o enviaria para as editoras, caso alguma se interessasse, ele seria publicado, e poderia sair da casa de Margot e Gregory.
Poderia seguir meu sonho.
Meia hora mais tarde, em casa, tomei um bom banho e peguei uma roupa para ir a escola, deixando meus cabelos soltos. Comia apenas algumas poucas torradas, quando me lembrei que era dia de boxe.
Eu precisava de Oxicodona. O remédio tarja-preta para a dor.
Eu sabia que era viciada, os medicamentos não haviam fritado meus neurônios. Tinha consciência de que era errado, mas eram os remédios que me mantinham controlada. Eu dormia oito horas por dia, comia todas as refeições, não tinha crises de pânico, não fumava e prestava atenção nas aulas — perfeitamente estável.
