|𝚝𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢 𝚏𝚘𝚞𝚛|

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Uma mente agitada faz um travesseiro inquieto

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Uma mente agitada faz um travesseiro inquieto.

— Charlotte Brontë

No dia seguinte, eu tinha as costelas doloridas e ambas as mãos enfaixadas

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No dia seguinte, eu tinha as costelas doloridas e ambas as mãos enfaixadas.

A mando de Gregory, a advogada resolveu mostrar como minha decisão de ontem havia sido errada. Eu ainda sentia as pontas finas dos sapatos de Margot em minhas costelas.

Aquela merda de sapato, eu ainda ia queimá-lo.

Quando Benny me buscou naquela manhã chuvosa, eu demorei para encostar as costas no couro escuro do banco. Minha dificuldade de locomoção não foi deixada de lado pelo meu melhor amigo.

— Costas? — Perguntou ele, a voz baixa e os dedos ficando pálidos enquanto apertava o volante.

— Costelas. — Eu falei, sentindo um incômodo ao respirar fundo.

Sentia como se meus ossos perfurassem meus pulmões, não sabia como aguentaria ficar estática na sala de aula — fingindo que não tinha hematomas roxos pelo corpo.

— Vamos para casa depois, faremos compressas. — Assenti, fechando os olhos.

Com os braços abraçando meu corpo, comecei a refletir sobre o quão absurdo era que Benny e eu estivéssemos acostumados com minha situação. Simplesmente deixou de ser horrível e se tornou apenas... Um dia normal.

Em que momento nos tornamos coniventes com a violência paternal que eu sofria? Quando foi que desistimos?

Ao observar minhas mãos enfaixadas, tentei me lembrar dos acontecimentos anteriores. Apesar de haver muita raiva dentro de mim, eu nunca havia me descontrolado daquela maneira — a ponto de espancar alguém até a inconsciência.

Tentei ligar os pontos, tentando encontrar em qual momento me tornei incontrolável, mas nada fazia sentido, que mudança poderia ter acordado a ira dentro de mim?

Outro ponto me chamou a atenção quando pensei no dia anterior: Emmett Cullen.

— Benny, — O Landford fez um ruído para que eu continuasse, enquanto virava na rua do colégio — de onde Emmett surgiu ontem? — O rapaz ao meu lado desviou os olhos da rua por um segundo, olhando para o teto do carro.

— ... Não tenho ideia, Sephy. — Entramos no estacionamento da escola, e o William só voltou a falar quando desligou o carro — Foi como uma assombração se quer saber minha opinião; éramos eu, você e o quase cadáver, e então... Puff! — Os olhos pretos de Benny me encararam — Lá estava a grande muralha da China te puxando para cima.

Ficamos nos encarando por um momento, e então, como saído de um transe, meu melhor amigo deu de ombros, saltando para fora do automóvel rapidamente, enquanto eu fiquei parada, sem mover um músculo para acompanhá-lo.

— Vamos? — Disse ele, enfiando a cabeça dentro do carro.

— Vá na frente, preciso de um minuto. — O olhar preocupado no rosto de Benny era nítido — Estou bem, só não quero socializar hoje.

— E quando você quer? — Respondeu ele, me entregando a chave do carro.

Sob os vidros fumês, observei com atenção os Cullen, poucos metros longe.

Edward e Alice tinham as cabeças baixas, suas bocas falando rápido demais para que qualquer humano conseguisse entender o que diziam; de frente para ambos, o corpo enorme de Emmett parecia tenso, de braços cruzados e ouvindo atentamente o que os irmãos falavam.

Ao lado, Rosalie tinha os punhos fechados; Jasper abraçava Alice.

Repentinamente, todos olharam na direção do carro de Bennedict, diretamente para mim. Desviei meu olhar rapidamente, fingindo não perceber que todos os vampiros pareciam focados demais em encarar o carro do Landford.

Tomei um comprimido de oxi antes de abrir a porta, acionando o alarme e seguindo pelo mesmo caminho que William fez. Ignorei os vários pares de olhos dourados que me acompanharam durante o trajeto.

Parecia que os Cullen estavam escondendo algo, me observando pelos cantos antes que o sinal batesse.

Minha primeira aula, inclusive, seria com um dos Cullen — apesar do sobrenome diferente.

Sentei ao lado de minha dupla em biologia em silêncio, apenas arrumando o material enquanto o professor não chegava.

Quando coloquei o livro sobre a mesa, a loira segurou meu pulso.

— Me peça, — Disse Rosalie, olhando no fundo de meus olhos castanhos — me peça, e eu me livro deles.

— Do que você está falando? — Questionei, e o olhar da Hale se suavizou, analisando cada traço do meu rosto.

Por mais perfeito que fosse o rosto da Hale, naquele dia em questão, ela parecia prestes a cair no choro — o que não era comum, no geral, ela parecia prestes a matar alguém.

— Ninguém deveria ser tratada desse jeito, Persephone. — Pude ver a mais pura tristeza no olhar de Rosalie — Não pelos próprios pais.

Minha respiração falhou.

Cerrei os punhos, encarando a loira firmemente, até encontrar de novo minha voz.

— Não sei do que está falando. — Sussurrei, tentando, em vão, não denunciar meu terror.

Ninguém poderia saber dos abusos em casa, nunca. Eu estaria morta antes de tentar me explicar. Margot e Gregory me mandariam para algum lugar longe, um internato, uma clínica psiquiátrica... Algum lugar onde eu jamais poderia ver Benny novamente.

E Bennedict Landford era tudo que eu tinha.

— Edward viu seu sonho; Emmett viu o que aconteceu na delegacia; todos nós ouvimos a forma como sua mãe fala com você no telefone. — Pontuou ela, e a interrompi.

— Que sonho? — O professor entrou na sala, e rapidamente viramos para frente.

Quando abri meu caderno, a mão pálida de unhas pintadas de Rose colocou um papel sobre as folhas pautadas.

"Quando dormiu em nossa casa, Edward viu um de seus sonhos (talvez tenha sido uma mistura de lembrança com a característica confusão dos pesadelos); você estava ajoelhada, e seu pai te batia nas costas com um cinto, mas então o observador mudava de ângulo e não era mais você, era Emmett quem apanhava."

ELES SABEM

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ELES SABEM

Chute nas costelas? É sério isso?

O que vocês acham que foi o gatilho da Sephy pra surtar?

Rosalie fazendo mais pelo povo que o presidente

Ok o que foi esse sonho??

Persephone - 𝒆𝒎. 𝒄𝒖𝒍𝒍𝒆𝒏 Onde histórias criam vida. Descubra agora