Persephone - 𝒆𝒎. 𝒄𝒖𝒍𝒍𝒆𝒏

|𝚝𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢 𝚝𝚠𝚘|

Chamar a um homem de animal é lisonjeá-lo; ele é uma máquina, um vibrador com pernas.

— Valerie Solanas

O irmão emo dos Cullen me encarava descaradamente naquela manhã.

Parecia haver algum bicho em meu rosto.

Enquanto eu e Rosalie íamos em direção ao jipe de Emmett, vi Edward encarar Alice por alguns segundos. Não demorou muito e a lâmpada incandescente também estava me encarando.

Ignorei o olhar apreensivo de ambos, entrando no lado do carona, sem sequer lembrar quem era o motorista.

— As roupas de Rose ficaram ótimas em você. — Disse o Cullen, entrando de forma tempestuosa no carro.

Suspirei, cruzando os braços.

— Claro que ela ficou ótima, eu a vesti. — Disse a Hale, no banco de trás.

Rosalie havia me fornecido roupas totalmente pretas; calça jeans, uma blusa de gola alta e um sobretudo — totalmente pretos, o único ponto de luz era o reflexo de meus coturnos engraxados. Era a roupa perfeita para mim, de qualquer modo.

Alice insistiu muito para tentar fazer algo em meu cabelo, mas tudo que fiz foi sair de perto da mais baixa. Já era o suficiente ter alguém escolhendo minhas roupas.

Durante todo o caminho até o colégio, Emmett e Rosalie não paravam de falar um segundo, e senti falta do silêncio de Benny. Meu melhor amigo sabia o momento de ficar quieto.

Os Cullen mal haviam estacionado em suas respectivas vagas quando eu saltei do carro, ansiosa para ficar longe dos vampiros — eu precisava de algo normal, urgentemente.

Infelizmente, o casaco que Rosalie me emprestou não era preparado para uma viciada como eu, então não tinha sequer uma cartela de oxi nos bolsos. Para minha sorte, os Cullen sempre chegavam mais cedo que os demais alunos, e pude correr para meu armário, procurando as caixas reserva que sempre mantinha ali.

Citalopram e oxicodona foram os escolhidos do dia.

Tomei alguns comprimidos, antes de colocar o resto da cartela no bolso, voltando para o estacionamento em seguida.