O êxodo de Mike Wheeler

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A quarentena de Austin no Texas era uma das últimas controlada por militares do que ainda era o exército americano, do que ainda restava de lei e ordem. No entanto, grande parte da cidade havia sido destruída totalmente e estava tomada por infectados. O que restara estava ao leste, numa base construída na antiga Austin High School. Os militares ergueram um grande muro ao redor dessa escola e havia centenas de guaritas sobre o muro de ferro e um túnel que estendia até o Rio colorado. Havia outro túnel que levava à parte residencial, uma série de prédios iguais onde ficavam os sobreviventes, ali era chamado de posto avançado 12. Por sinal, o último restante.

Nancy Wheeler estava do alto do prédio onde ela vivia com sua família, ela estava usando um binóculo velho que havia encontrado em uma de suas patrulhas com Jonathan Byers e Steve Harrington. Sempre observando a movimentação dos militares no portão norte, sempre querendo saber o que estava acontecendo. Foi quando Steve chegou por trás dela e...

- Buuuu.
- Porra Steve! - Exclamou Nancy assustada. - Você quase me mata do coração.
- Que foi? Achou que fosse um estalador? Da última vez você quase foi morta por um.
- Vai se foder.
- Tá olhando o que?
- Chegada de suprimentos. - Ela diz observando com o binóculo. - Nada de novo por enquanto.
- Interessante, mas que tal a gente dar um rolê hoje. - Diz Steve com a perna apoiada no alambrado.
- Ah Steve, você e suas aventuras. - Nancy abaixa o binóculo. - Da última vez que eu, você e o Jonathan fomos numa dessa, a gente se deparou com uma horda de corredores, não quero passar por aquele pesadelo de novo.
- Dessa vez é diferente. Você não tá cansada de comer sopa? Enquanto esses filhos da puta comem do bom e do melhor.
- Bom, não dá pra reclamar né, é melhor do que comer carne de algum animal selvagem.
- Pufff. - Steve reclama.
- Tá, onde você quer ir?
- No estádio, ontem eu ouvi dois patrulheiros dizendo que lá é um lugar onde eles não foram ainda, pode ser que haja muitos suprimentos por lá.
- Tá, e se houver hordas de infectados por lá?
- A gente faz o que sabemos fazer de melhor. - Steve anda de costas para a porta. - Corre.

Nancy sorri balançando a cabeça.

- Amanhã pela manhã, hein?
- Tá.

Steve bate a porta.

Deitado em sua cama, no quarto do prédio número 32, Mike estava olhando a foto dele com sua namorada ao qual ele apelidara de Onze.

Havia um vazio extremo dentro de Mike, como um abismo que houvera se fendido, a constante incerteza sobre se ela estava viva ou não lhe tirava a paz, e seu sono era péssimo, assim como suas emoções que eram sempre negativas

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Havia um vazio extremo dentro de Mike, como um abismo que houvera se fendido, a constante incerteza sobre se ela estava viva ou não lhe tirava a paz, e seu sono era péssimo, assim como suas emoções que eram sempre negativas. Seu sorriso, seu toque, seu beijo, seu abraço, que falta fazem perante aquele mundo morto. Diante da porta do seu quarto, Lucas está parado de braços cruzados, ao vê-lo, Mike guarda a foto no bolso de sua camisa preta surrada, ele se senta na cama, passa a mão sobre o rosto bocejando e diz:

- E aí cara!?
- Dormiu bem essa noite?
- Claro que não.
- Eu sei, tu perdeu o café da manhã.
- Se foda o café.
- O pessoal quer ir dar uma volta ao norte, acho que ir até o parque ou coisa assim. Veste a sua roupa, a gente sai em 20 minutos.
- Tá.

Stranger Things - Os Últimos De NósOnde histórias criam vida. Descubra agora