Canibais

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Jonathan, Nancy e Steve estavam bem armados com rifles e pistolas, coletes e bombas caseiras feitas por Lucas, fortes o suficiente pra mandar um pequeno prédio aos entulhos. O prédio do capitolio da cidade ficava em frente a um pequeno parque, e não estava tão longe da quarentena. Como de costume, eles se posicionavam sobre um prédio próximo ao alvo para observar a movimentação.

- Relatório. - Debocha Steve enquanto Jonathan está com o rifle mirado.
- Pelos carros, a porra dos militares chegaram primeiro, devem ter matado todo mundo. - Diz Jonathan na beirada.
- Bom, eles não devem ter encontrado as caixas de armas, o que é um bom sinal. - Diz Nancy.
- É, mas ir até lá, é um puta suicídio. - Diz Steve limpando seu rifle e o taco de beisebol com arames.
- Não se as armas não estiverem ao alcance deles. - Jonathan indaga.

Steve olha para Nancy, depois para Jonathan, ele percebe que ambos querem ir até lá.

- Espera aí, você não... Porra, a gente vai arriscar nossas vidas por isso?
- É a nossa única chance de tomar a quarentena, Lucas e Dustin já colocaram os explosivos abaixo dos dutos da escola. - Diz Nancy recarregado um revólver.
- A gente nem sabe se vai dar certo. - Steve protesta.
- Quer continuar passando fome? Bom, eu não quero. - Jonathan se levanta. - Você fica no rifle, a gente vai entrar pelos fundos, eu sei bem onde as armas podem estar.
- Tá, que se foda. - Diz Steve aceitando e se posicionando no rifle de precisão na beirada do prédio.

   Jonathan e Nancy seguem por uma escadaria na lateral do prédio próximo a rua a esquerda do capitolio. Jonathan segue para a esquerda, e não para a direita que daria na rua principal em frente ao prédio governamental. Ele segue por uma rua adjacente mais segura.

- Como vão as pesquisas da sua mãe? - Pergunta Nancy.
- Bom, eu não tenho falado muito com ela. Ela está tão neurótica em achar uma cura para essa Merda que nós não nos vemos há um bom tempo.
- Nossa, isso é bem... triste.
- Eu não acho, perante a realidade que enfrentamos, isso não é tão triste.
- Bom, a minha mãe costuma transar com militares, acho que eu faço como o meu irmão, o Mike, apenas finjo que somos uma família perfeita, sabe? As vezes ignorar a realidade é uma maneira de ser feliz.
- É. A ignorância é uma benção. - Diz Jonathan dobrando uma esquina.
- Por falar em irmão. Você viu o Mike por aí?
- Bom. - Jonathan para na metade do caminho. Ele olha para Nancy meio preocupado. - Ele foi atrás da Onze.
- O que? - Nancy protesta em voz alta.
- Olha só, era inevitável.
- E você deixou?
- O que queria que eu fizesse? Quebrasse as pernas dele? - Jonathan volta a andar.
- Melhor do que deixar ele se matar.
- Isso com certeza iria o matar aos poucos.
- Como assim?
- Nancy, seu irmão nunca esqueceu aquela garota, ele realmente deve amar ela.
- Ele só tem 16 anos.
- Só 16 anos? - Jonathan chega diante de um portão que fica nos fundos do capitolio. Não há ninguém por perto.
- É. Ele ainda é um garoto.
- Nancy, seu irmão já sabe matar.

  Nancy não responde. Jonathan sobe em um carro encostado no muro e pula sobre ele. Nancy vem logo em seguida.

- Olha só. - Nancy para sobre um pôster antigo, nele há uma imagem de um de barba bem feita, terno polido e uma armadura de ferro atrás dele. - Homem de ferro? Em cartaz nos cinemas.
- Esse é antigo. Tenho um dos vingadores no meu quarto, lançou no ano do surto, era pra ser uma saga, ia ser épico. - Diz Jonathan indo até uma porta que está entreaberta.
- Tem muitas coisas que as pessoas de antigamente tinham não é? -
- Sim, certa vez minha mãe me falou sobre celulares, eu vi alguns em uma loja numa patrulha, mas nenhum funcionava, deveria ser legal.
- A única coisa que eu vi do mundo antigo foram os videogames, inclusive tinha um no apartamento do Hopper, eu cheguei a jogar e bem legal.

   Eles entram num corredor cheio de portas, Jonathan anda mais devagar com a arma mirada enquanto da alguns passos até uma porta que indica para o estacionamento. Jonathan abre essa porta sempre mirando e da cara com uma escadaria que leva para o estacionamento.

Stranger Things - Os Últimos De NósOnde histórias criam vida. Descubra agora