Primeira Classe

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Oi! Passando bem rapidinho pra agradecer toda a atenção e carinho que recebi no primeiro capítulo, obrigada de verdade! <3

Espero que gostem do capítulo de hoje.



⸝⸝ᵕᴗᵕ⸝⸝

Oito horas restando. Jungkook e Taehyung haviam dormido por oito horas exatas, engolindo a metade do vôo em um sono profundo com direito a sonhos lúdicos e sem nexo. Embora o Jeon fosse capaz de dormir mais umas duas horas, um tremor forte no avião o deixou em estado de alerta.

Não pode ser. Tudo menos uma turbulência.

— Atenção passageiros, — a voz do piloto se faz presente, acordando até um Taehyung que colhia morangos em seu sonho, ele olha ao redor, tentando entender a situação antes de fazer qualquer pergunta, — estamos enfrentando uma pequena turbulência no momento, peço que mantenham a calma e não saiam de seus assentos. Temos tudo sob controle, irá acabar em alguns instantes.

Puta que me pariu. — Jungkook pragueja, com gosto, as palavras saindo fortes pelos lábios. — Puta que o pariu, puta que me pariu, puta que pariu.

— Você é o cara mais boca suja que eu conheço. — Taehyung diz em meio a um bocejo longo antes de sacudir a cabeça numa tentativa de espantar o sono, ele prende o cinto de segurança com maestria, enquanto o mais novo tem o seu escorregando pelo suor nas palmas das mãos e uma série de palavrões atropelando a boca pequena. — Quanto tempo falta? Parece que eu dormi por um dia inteiro, nossa.

— Fodeu. — Jungkook xinga mais uma vez, como se nem escutasse Taehyung ao seu lado. Na quinta vez que o cinto escorrega, ele praticamente entra em pânico. — Mas que... Mas que bosta! Viagem idiota, Jungkook idiota. Porra, cacete...

— Fica calmo, — o mais velho diz, meio chocado com o medo alheio — eles disseram que tá tudo bem.

Não tá tudo bem, Taehyung. A porra do avião tá tremendo.

— Ok, você tá assustado, entendi. Posso te ajudar com o seu...

— Eu consigo sozinho.

— Não consegue. — O Kim diz, firme e tenta agarrar o cinto das mãos de JK, que dá um tapa estalado para evitar o toque, tentando novamente se prender na poltrona o mais rápido possível, mas era difícil saber quem tremia mais, o Jeon ou a aeronave. — JK, presta atenção em mim. Você precisa se acalmar.

— Eu não consigo me acalmar! — Ele quase grita, e sente a garganta doer no mesmo segundo que Taehyung enxerga os olhos mais úmidos que o usual; ele respira fundo e balança a cabeça, afirmando que aquele não era o jeito certo de tentar acalmá-lo ou fazê-lo pensar racionalmente.

Ele não conseguia prender o próprio cinto e também não o deixaria fazê-lo, teria que contornar a situação com outra estratégia. O que o faria prestar atenção em algo que não fosse seu medo número um de aviões? Considerando que eles estavam dentro de um, lidando com uma turbulência forte até mesmo para Taehyung que havia se adaptado à vida de vôos constantes.

Música? Não.

Livro? Misto-Quente, o clássico? Não, péssima hora.

Sem alternativas, principalmente por não saber o que diabos Jungkook gostava além de Banks e ótimos livros, optou se sacrificar um pouquinho, levando em consideração que provavelmente nunca mais iriam se ver outra vez, talvez não fizesse mal se expor em uma porcentagem mínima e quebrar alguns tijolos da muralha da timidez.

Suspirou e se ajeitou na poltrona, segurou o rosto do mais novo com ambas as mãos e começou a dizer:

— Tenho 28 anos. Meu aniversário é no final de dezembro e eu raramente o comemoro; tenho doze tatuagens. — Ele puxa a manga esquerda do suéter grosso que vestia assim que a atenção de JK foi conquistada. — Onze são nesse braço e, a décima segunda — puxa a gola alta para baixo, revelando uma mariposa cravada na lateral do pescoço — é essa. Doeu muito, eu odiei fazer porque não gosto de sentir dor, nem um pouquinho, mas é a minha favorita. Gosto muito de dormir, já dormi por catorze horas seguidas e acho que é o máximo que consigo. Sou formado em gastronomia, então sei cozinhar e sou um crítico insuportável quando vou comer fora. Sou um pé no saco e não sei dar bons conselhos.

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